Local: Usina do Gasômetro
Dia 01 de agosto as 15 horas
Uma visão crítica e alternativa ao oligopólio midiático
Nesse período foram contabilizadas 607.746 demandas relativas ao setor de telecomunicações. O segmento de telefonia celular respondeu por 32,2% dos atendimentos, e o de telefonia fixa, 32,1%. Juntos, esses segmentos responderam por mais da metade (64,4%) do total de demandas do setor.
Entretanto, apesar de aparecerem empatados em número de demandas, o estudo destaca que o mercado de telefonia fixa equivale a pouco mais de um quarto do mercado de telefonia celular, "o que sugere um pior desempenho do segmento telefonia fixa".
Cobrança indevida
Em relação aos motivos das reclamações, três principais problemas se repetem para os segmentos de telefonia fixa e celular. Em primeiro lugar estão problemas relacionados à cobrança indevida ou abusiva, que representam 47,6% das demandas de telefonia fixa, e 36,6% das demandas de telefonia celular.
Segundo o estudo, "melhorar a clareza dos dados de cobrança e a eficiência dos procedimentos associados a ela talvez modificasse o atual quadro, que representam mais de 60% das demandas do segmento de Telefonia Fixa e quase metade das demandas do segmento de Telefonia Celular."
Dúvidas sobre cobranças, valores e reajustes responderam por 13,6% dos problemas de telefonia fixa, ocupando a segunda posição neste segmento, e questões relacionadas a contratos, como rescisão ou alteração unilateral, foram responsáveis por 11,9% das demandas, ocupando a terceira posição.
Na telefonia celular os dois últimos postos se invertem, e problemas com contratos ocupam a segunda posição, com 11,9%, e dúvidas sobre cobranças, valores e reajustes aparecem em terceiro, com 11% das reclamações.
Futuro sombrio
De acordo com a pesquisa, os relatos de consumidores ressaltam que "o processo de apuração dos débitos apresenta falhas reiteradas que não são corrigidas pelos fornecedores como, por exemplo, a cobrança de serviços já cancelados."
Outra "prática conhecida" das empresas de telefonia, aponta o levantamento, é "embutir nos débitos a cobrança de serviços que não foram contratados ou cuja contratação ocorreu de forma tácita sem que fosse dada a correta ostensividade e transparência sobre todos os produtos contemplados pelo contrato." Falhas recorrentes no fornecimento dos serviços também foram mencionadas.
O percentual de reclamações relativas à telefonia se manteve no período pesquisado, "o que elimina de um horizonte próximo qualquer expectativa de redução de demanda" destacou o estudo.
Segundo reportagem da Folha, diante do elevado número de queixas de consumidores contra empresas de telefonia, o Ministério da Justiça ameaça fechar lojas de operadoras de celular e suspender serviços até que as falhas sejam resolvidas.
Página do Estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,veja-a-cronologia-do-caso-yeda-crusius-no-rio-grande-do-sul,369726,0.htm
Veja as acusações contra o governo gaúcho:
Em novembro de 2007
Operação Rodin, da PF, aponta fraude de R$ 44 milhões no Detran gaúcho. Entre os 14 presos, o empresário tucano Lair Ferst, ligado à cúpula da campanha que elegeu Yeda em 2006.
Em fevereiro de 2008Assembleia abre a CPI do Detran para investigar o esquema, que consistia na cobrança de preços superfaturados por fundações e empresas contratadas sem licitação
Em abril de 2008
À CPI um delegado da Polícia Civil diz ter recebido a informação de que Lair Ferst teria pago R$ 400 mil do custo da casa adquirida por Yeda no fim de 2006. Segundo a tucana, casa foi comprada por R$ 750 mil. Yeda avisa que vai processar o presidente da CPI pela insinuação de que sua casa teria sido paga parcialmente com sobras de campanha.
Em maio de 2008
Justiça Federal abre processo contra 40 pessoas no caso das fraudes no Detran. Empresário Lair Ferst nega ter participado da campanha de Yeda.
Em maio de 2008
Ex-secretário de Segurança Enio Bacci afirma à CPI que governadora soube das irregularidades no Detran no início de 2007 e nada fez. Governo nega.
Em junho de 2008
É divulgada conversa gravada pelo vice de Yeda, Paulo Afonso Feijó (DEM), na qual o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, admitia que partidos aliados eram financiados por órgãos públicos. Gravação provoca a queda de Busatto, do secretário-geral de governo, Delson Martini, e do chefe do escritório do RS em Brasília, Marcelo Cavalcante.
Em junho de 2008
PSOL e PV protocolaram pedido de impeachment da governadora na Assembleia Legislativa sob acusação de improbidade administrativa
Em junho de 2008
Assembleia arquiva pedido de impeachment de Yeda
Em junho de 2008
Gravações da CPI do Detran derrubam quatro da cúpula do governo de Yeda Crusius.
Uma das gravações mostrou dois envolvidos na fraude que desviou R$ 44 milhões da autarquia combinando um jeito de resolver um impasse entre empresas que prestavam serviços superfaturados.
A segunda mostrou o chefe da Casa Civil, Cezar Busatto, admitindo ao vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM) que partidos aliados do governo se financiavam em órgãos públicos.
Em junho de 2008
Em entrevista ao Estado, governadora do Rio Grande do Sul negou acusações e disse que vice se uniu à oposição para tentar derrubá-la. "Não é uma hecatombe só para mim, é para todos", diz Yeda.
Em julho de 2008
PSOL e PV questionam, em representação por improbidade administrativa ao Ministério Público de Contas, a compra da casa de Yeda. Para os partidos, custo de R$ 750 mil não é compatível com os rendimentos de Yeda e do marido, Carlos Crusius, que é professor.
Em julho de 2008
Relatório final da CPI do Detran, aprovado por 9 votos a 3, não cita a governadora e isenta ex-secretários. O relator culpa as mesmas 40 pessoas que já respondem a processo na Justiça Federal
Em agosto de 2008
Um dos 40 a responder ao processo, Lair Ferst diz que pessoas "de dentro e de fora" da administração estadual também participaram ou souberam da fraude no Detran.
Em agosto de 2008
Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul recebe como denúncia representação do Ministério Público Especial que recomenda averiguar a compra da casa da governadora. Advogado tenta explicar como Yeda adquiriu casa.
Em dezembro de 2008
O Ministério Público gaúcho arquiva representação contra a governadora Yeda que apontava possíveis irregularidades na compra de sua casa
Em fevereiro de 2009
Corpo de Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, é encontrado boiando no Lago Paranoá, em Brasília
Em fevereiro de 2009
Em entrevista ao Estado, Yeda diz que "levantaram ofensas e acusações sem prova" contra ela.
Em fevereiro de 2009
PSOL acusa a governadora e seus ex-colaboradores de terem participado ou tomado conhecimento de caixa 2 na campanha eleitoral de 2006 e de usar recursos paralelos e superiores aos informados num contrato de aquisição da sua casa
Em maio de 2009
Segundo a revista Veja, em gravações Marcelo Cavalcante admite ter coletado, após a eleição de 2006, R$ 200 mil de empresas. O dinheiro teria sido entregue ao marido da governadora.
Em maio de 2009
Oposição retoma coleta de assinaturas para abrir CPI sobre o governo Yeda.
O fato novo envolvendo o Chefe de Gabinete da Governadora do Estado, Ricardo Lied; essa figura que, como outros, move-se nas sombras e escaninhos do poder, como a longa manus de interesses impublicáveis da Progenitora Maior do Estado, não pode e não deve ser encarado como algo menor. Muito ao contrário, é talvez um dos episódios mais graves ocorridos não apenas nesse governo, que tanto tem se notabilizado pela prática quase diária de atrocidades contra a justiça, a lei e a cidadania; mas na história recente do Rio Grande.
As circunstâncias de mais esse escabroso caso envolvendo agentes do governo que gravitam em torno de Yeda Rorato Crusius não estão sendo abordadas pela grande mídia com a abrangência que a gravidade do episódio exige. O próprio jornal procurado pelo Presidente do Detran, Sérgio Buchmann, para denunciar a tentativa de chantagem e intimidação que recebeu; vem, muito a contragosto, dando um espaço mínimo para o fato e seus articulistas, e outros do mesmo grupo, oscilam entre a timidez da análise, a descaracterização do crime cometido e a falta de argumentos para reconhecer que não tem mais como omitir da opinião pública a verdade dos fatos.
A revelação que Ricardo Lied fez-se acompanhar, em sua “visita” a Buchmann, pelo Superintendente dos Serviços Penitenciários, Mário Santa Maria Júnior, é a prova que faltava para chegarmos ao mandante do delito cometido. Conhecendo Santa Maria, quadro do PSDB como Lied, posso assegurar que ele jamais o acompanharia na empreitada se não houvesse recebido ordem superior para isso, emanada diretamente da Governadora do Estado, de quem partiu a tentativa de convencer a transigir em seus posicionamentos um técnico comprometido em realizar aquilo que considerava, ao assumir o cargo, interesse do governo: moralizar a autarquia. Nem Lied, nem Santa Maria agiram de modo próprio.
A história, já foi dito, acontece primeiro como tragédia, e depois como farsa. Ricardo Lied tem tudo para se transformar no “Gregório Fortunato” de Yeda Crusius. Tem a cobertura e a cumplicidade da sua “chefe” para continuar delinqüindo, e por isso transita com tanta desenvoltura em locais e situações distantes de suas atribuições. O ambiente para repetição da história está pronto, e não faltará uma Rua Toneleiros, um Carlos Lacerda ou um Major Vaz para que ela se repita como farsa. Com a substancial diferença de que, ao contrário dos episódios de 54, esse governo não possui contra si apenas insinuações de um ferrenho opositor, um tribuno exaltado, como Lacerda, mas um conjunto de denúncias e materialidades de crimes de toda a ordem, vindas de dentro da sua própria estrutura. E, certamente, a Governadora do Estado está a uma abissal distância da estatura moral de um Vargas. Não esperemos dela qualquer gesto de desprendimento.
A utilização das estruturas de segurança do Estado e de seus mecanismos, pelo atual governo, para exercer chantagem e pressão política tanto contra adversários como para seus próprios integrantes, denunciados por mim quando da saída do governo, se alguém ainda tinha alguma dúvida, se comprovou agora. Essa prática, cuja existência tentei levar ao conhecimento da Governadora, levou à minha exoneração. Agora, sabe-se, que ela não apenas conhecia os fatos denunciados, mas fazia e faz uso dessas práticas. Por isso a tentativa inicial de desqualificar minhas denúncias. Por isso a tentativa de, mediante uma sindicância fraudulenta, buscar algo que pudesse colocar em dúvida minha conduta, minha dignidade pessoal e meu caráter.
Seria injusto negar que dentro do governo, e mesmo em sua base política de apoio, existem pessoas com grande qualificação moral, às quais tem evitado que tudo desabe como um castelo de cartas; temeroso de prejuízos à governabilidade, e esse é o seu principal equívoco. A cada dia, são sufocados e arrastados pela devassidão dos ratos que se movimentam, abrigados pela impunidade, com cada vez mais desenvoltura. E com eles acabarão perecendo.
Enquanto isso, cercados pela omissão e pelo silêncio de tantos, perguntamos: Quousque tandem abutere, Yeda, patientia nostra?
Até quando?