sábado, 21 de maio de 2011

Como multiplicar seu patrimônio

A fórmula é antiga na política brasileira.

Em primeiro lugar você tem que ocupar um cargo público com poder decisório. Quanto mais relevante o cargo,  maior o potencial de retorno financeiro ao seu ocupante.

O segundo passo é estabelecer boas relações com o poder econômico, principalmente com concessionárias e fornecedores do Estado. Lembre-se, é indispensável o alinhamento aos interesses privados. Promova privatizações, concessões, parcerias público privadas, regulamentações que atendam ao interesse privado. O interesse público e nacional deve sempre ficar relegado ao segundo plano. Em primeiro lugar sempre o interesse do "mercado", leia-se das oligarquias dominantes.

Não se preocupe com o oligopólio midiático. Ele promoverá sua imagem de competência técnica e defenderá suas decisões como "modernas", "acertadas" e "fundamentais para o crescimento econômico" (só não dizem de quem?). Se você conseguir promover privatizações de rodovias, do sistema de saneamento ou de empresas estatais, maior será o retorno do seu investimento. Caso consiga privatizar monopólios naturais (como o setor energético) ou setores estratégicos (como a Infraero) mais sucesso terá nessa carreira. Ocupar um acento no Comitê de Política Monetária (COPOM) ou no Banco Central pode render bons frutos no futuro com os barões das finanças.

Observados os compromissos anteriores com sucesso e fidelidade aos senhores do "mercado", você estará apto a "realizar consultorias econômicas" e justificar a multiplicação e crescimento exponencial do seu patrimônio. Não se preocupe, a fórmula é certeira independentemente da sua formação profissional. Funciona para todos, médicos, jornalistas, funcionários públicos de carreira,  etc.

A grande questão é saber até quando o povo brasileiro vai tolerar a privatização do Estado.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O que podemos esperar dos aeroportos privatizados?

 Matéria publicada pela RadioAgência NP permite imaginar o que poderemos esperar dos aeroportos privatizados. Segundo a RadioAgência, a arrecadação dos pedágios das rodovias do estado de São Paulo ultrapassou os R$ 2 bi nos primeiros quatro meses deste ano. O estado paulista conta com 227 praças de pedágio. Esse número representa mais da metade do total de pedágios do país, com 50,6%. A arrecadação por dia ultrapassa os R$ 14 milhões.

A medição do dinheiro arrecadado é feita por meio de um mecanismo chamado “Pedagiômetro”, que calcula o valor a partir dos relatórios das concessionárias das rodovias que são declarados anualmente à Assembleia Legislativa de São Paulo.

A privatização das rodovias em São Paulo iniciou em 1997, no governo estadual de Mário Covas (PSDB). Naquele ano havia 40 praças no estado, o crescimento até 2011 no número de pedágios foi de 467%.

O próprio Tribunal de Contas da União já apresentou relatório em que defende a revisão dos contratos em razão das elevadissímas taxas de retorno fixadas. Além disso, os serviços prestados são precários e, geralmente, muito aquém do esperado.

Enfim, a nova investida da privataria levada a cabo pelo constante bombardeio midiático do suposto "problema dos aeroportos", provavelmente abrirá uma nova oportunidade bilionária de ganhos para alguns com a cobrança de tarifas excessivas por serviços deficientes, tudo às custas da população. Esse  rico butim que alimenta a sanha da midia coorporativa e dos seus aliados interessados em controlar dos aeroportos nacionais. Como já foi bem observado na blogosfera, nunca interessou ao nosso oligopólio midiático investigar ou denunciar a situação e os serviços prestados pelos concessionários privados das principais rodoviárias do País. Por que será?

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