quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Golpista diz porque Zelaya foi deposto


O golpista hondurenho Roberto Micheletti confessou que o presidente hondurenhoh Manuel Zelaya foi deposto por se adotar posições de "esquerda". Segundo notícia publicada pela Folha de São Paulo online,"Micheletti, afirmou nesta quarta-feira que o fato de Manuel Zelaya, um rico proprietário de terras, ter se tornado "esquerdista" depois de chegar ao governo foi um dos motivos para que fosse deposto, quando tentava mudar a Constituição de uma forma considerada ilegal pela Suprema Corte".

"Tiramos Zelaya por seu esquerdismo e corrupção. Ele foi presidente, liberal, como eu. Mas se tornou amigo de Daniel Ortega, [Hugo] Chávez, [Rafael] Correa, Evo Morales", declarou Micheletti, referindo-se aos presidentes de Nicarágua, Venezuela, Equador e Bolívia, respectivamente.

Ainda segundo Micheletti, ex-presidente do Congresso elevado à Presidência há três meses após a deposição de Zelaya, disse que a posição do presidente deposto "preocupou" as autoridades do país, porque ele "se tornou esquerdista" e convidou "comunistas" para compor seu governo.

Agora tá tudo bem explicado. Para os golpistas o presidente hondurenho pode até ser "corrupto", mas de "esquerda" não. Os especialistas da mídia corporativa devem conhecer alguma cláusula pétrea na Constituição do país que proíba que propostas com tal ideologia sejam defendidas pelos governantes.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Golpistas fecham rádios TV's em Honduras


As forças militares de Honduras cercaram nesta madrugada as únicas emissoras de rádio e de TV que apoiam o presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado há uma semana na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

O cerco é a primeira ação efetiva do governo de Roberto Michelleti depois da edição do Decreto 016/2009 que restringe a liberdade de expressão de manifestação e que permite a prisão, sem mandado, de qualquer pessoa nos próximos 45 dias.

Na sede do Canal 36, no centro da cidade, até mesmo um dos repórteres têm medo de conversar com a imprensa estrangeira. De acordo com o oficial que comanda a operação em frente à emissora, a ordem é que nem mesmo jornalistas internacionais entrem no prédio da emissora.

No prédio da Rádio Globo, os repórteres foram expulsos por volta das 5h de dentro da redação. Os equipamentos de transmissão também foram retirados. A repórter Ariela Cacceres disse que a ordem é clara: somente funcionários podem entrar, mas a transmissão está proibida. “Houve disparos. Fomos expulsos da redação. Eles [tropas militares] estão tirando fotos da gente para nos intimidar.”

A polícia também impede a concentração, na Universidade Pedagógica, de manifestantes favoráveis a Zelaya que organizaram uma grande caminhada para hoje, dia que marca três meses de golpe em Honduras.

O jornal El Herado, favorável a Michelleti, estampa na capa a manchete "Estado de Sítio” e admite a restrição de liberdade de expressão. Informações da Agência Brasil.

A mídia corporativa brasileira não denúncia a investida dos golpistas hondurenhos contra a liberdade de imprensa. Quando comenta os acontecimentos diz que "Honduras decretou isso", que "Honduras fez aquilo", dando legitimidade institucional a quem não tem. Tratamento bem diferente ao dado aos seus desafetos, sempre nominados e pessoalizados.

Além disso, não cansa de alçar os golpistas a condição de governo interino e de justificar o golpe com a suposição absurda que o presidente Zelaya pretendia se reeleger. Como poderia buscar a reeleição se o plebiscito proposto seria realizado juntamente com a eleição presidencial, na qual não participaria?

Para mídia corporativa e o oligarcas brasileiros democracia é uma palavra vazia de significado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fala de Lula reforça greve dos bancários

Em encontro com os superintendes do Banco do Brasil, realizado em julho deste ano em Brasília, Lula admitiu que o salário dos bancários é baixo, analisando o “preço do mercado”. Lula lembrou que, há pouco tempo, havia a falsa ideia de que somente a privatização salvaria as contas deficitárias da instituição, o que hoje se prova uma mentira. Segundo o presidente, mesma análise errônea faz quem acredita que o aumento dos salários dos bancários colocaria em risco a conta das instituições financeiras.“

Aquilo que as pessoas acham que é um alto salário numa empresa pública, como o Banco do Brasil, é o piso em muita empresa privada menor que o Banco do Brasil. Qualquer pessoa que sair do BB na posição de superintendente de um Estado, na condição de presidente do Banco do Brasil, certamente sairá para ganhar três, quatro e cinco vezes mais, porque aí as pessoas valorizam dizendo que é o preço do mercado”, explicou Lula.

Nada poderia explicar melhor as razões da luta dos bancários por melhoria das condições de trabalho e reajuste salarial, sempre negados pelos nossos gananciosos e insaciáveis banqueiros.

domingo, 27 de setembro de 2009

PSDB diz que é a favor do Brazil


Do blog Abunda Canalha

Em seminário sobre educação promovido pelo PSDB hoje em Natal, com a presença de José Serra e Aécio Neves, foram distribuídos adesivos com o frase: “PSDB a favor do Brazil”. Percebido o erro, a organização do evento correu para pedir que os participantes retirassem o adesivo.
Vai de vento em popa a campanha tucana. Mas convenhamos, tem todo o jeito de ser ato falho.

Fonte: nominuto.com

Pescamos do indispensável
Satiro

A propósito, sobre esse fato não há nenhuma vírgula na mídia corporativa simpatizante do governo golpista de honduras. Nenhum registro. Nada. O mesmo comportamento foi adotado em face da vaia dos professores estaduais ao governador de São Paulo, José Serra, quando da inauguração de obra do governo federal na semana passada.

Estão cada dia mais deslumbrados com as possibilidades vislumbradas pela oligarquia hondurenha. Enxergando dificuldades cada vez maiores para o seguidor de FHC na corrida presidencial do ano vindouro, crescendo inclusive a possibilidade de um segundo turno com dois candidatos indesejáveis (Dilma e Ciro), começam a sonhar com um plano "g" para o futuro.

Dica de Cinema: Pra frente Brasil

Na semana em que as viúvas do golpe civil-militar de 1964 externaram todo o seu saudosismo na defesa do golpe de Honduras, nossa dica de cinema é "Pra frente Brasil".

Nos chamados "anos de chumbo" da ditadura brasileira a população era mantida alienada sobre o que acontecia nos porões do regime. Enquanto os prisioneiros políticos e outras vítimas eram torturadas, o Brasil torcia pela seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo do México (1970).

O filme se passa justamente nessa conjuntura, contando a história de Jofre, um pacato trabalhador de classe média. Capturado pelos órgãos de repressão do regime por engano, Jofre sofre o martírio das sessões de torturas, conhecendo o Brasil escondido por trás da propaganda oficial. Tudo se passa com os torturadores torcendo pela seleção ao som de "Pra frente, Brasil".

sábado, 26 de setembro de 2009

Ex-porta voz da ditadura brasileira defende os golpistas hondurenhos



Vejam a riqueza dos argumentos e o espírito democrático do jornalista Alexandre Garcia, ex-porta voz da ditadura brasileira.

"Não é um diploma que tira uma pessoa da miséria"


A frase sintetiza o pensamento do advogado e professor Candido Mendes sobre a visão de que a educação seria o remédio de todos os males. No seu entender, a educação precisa integrar uma pauta maior de políticas de desenvolvimento para o país. Com base em anos de trabalho como educador e intelectual atento ao panorama educacional, Candido Mendes discorre com segurança sobre política de educação, estratégia de combate ao analfabetismo e impacto da internet sobre os jovens

Desafios - Os graves problemas de pobreza, miséria e falta de distribuição de renda têm como causa a falta de educação ou será o contrário: a pobreza é que condena as pessoas ao analfabetismo?

Mendes - A pergunta registra um dos estereótipos da subcultura brasileira, a mesma que, na década de 1920, achava que ou o Brasil acabava com a saúva ou a saúva acabava com o Brasil. A mesma visão de subcultura está na noção segundo a qual a educação tem o condão mágico de resolver os problemas que, afinal de contas, são problemas do subdesenvolvimento e envolvem um fato social total, um grande número de correlações e a necessidade de um ataque simultâneo a todos esses pontos de vista. Enquanto se considerar que a educação é a fonte de todos os bens e sua ausência a explicação do progresso de todos os males, ainda estaremos numa clássica subcultura do desenvolvimento. Isso me parece muito importante para se entender a necessidade de uma tomada de consciência para mudança.

Desafios - Prevalece um discurso segundo o qual a educação é o remédio para todos os problemas do Brasil. Mas se todos os brasileiros forem para as faculdades, não ficaremos com milhões de doutores desempregados? Será que um diploma vai tirar a pessoa da miséria?

Mendes - Isso é o famoso apólogo do "advogado-taxista" e um pouco consequência da primeira pergunta. O problema é vencermos, ao mesmo tempo, como marca dessa subcultura, a noção de que a universidade é um ótimo educacional em todos os pontos de vista. Não podemos nos esquecer que, mesmo dentro da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio), o ideal de uma formação universitária não chega a mais de 15% do extrato de população ligada a uma mesma definição etária. No entanto, conforme veremos numa discussão no final deste ano e início do próximo, o Brasil não chegou nem aos 8,5%. Os números são modestos e, evidentemente, não é um diploma que tira uma pessoa da miséria, e sim uma política educacional cada vez mais vinculada ao realismo de uma estratégia de mudança e da mobilidade do desenvolvimento.

Desafios - Quando se fala em educação, logo vem sempre a reclamação de falta de recursos. Não há também problema de gestão, de professores com poucos alunos?

Mendes - Acredito que haja uma política de apoio crescente à educação. Observamos um aumento de recursos muito claro entre 2007 e 2008; passamos de 4,5 bilhões para mais de 9 bilhões em 2008, o que mostra um claro fortalecimento do ensino médio e a busca da formação do nível médio. O grande problema é que a educação média, não universitária, continua vivendo da dificuldade do obstáculo constitucional, de responsabilidade dos estados, o que torna difícil computar ou definir o acompanhamento desses recursos que são determinados por pressupostos estaduais e segundo uma política de dispersão e de clientela que a União não pode necessariamente controlar.

Muitas vezes, porém, a questão da educação também não se limita a aumento ou pobreza de recursos. A produtividade da educação não está efetivamente definida. O que eu quero com isso é: qual a proporção ideal da relação entre professor e aluno? Uma ratio normal entre professor e aluno no ensino superior deve fica entre 30 e 40 alunos, no máximo 50, para se evitar a massificação dentro da sala de aula.

Também temos de analisar não apenas a quantidade de recursos, mas a administração deles, sobretudo com respeito à oferta do ensino. Enfrentamos um problema ainda muito constante do "mandarinato acadêmico", que é a dificuldade das universidades públicas em oferecer cursos noturnos pela comodidade professoral. Existe uma condição improdutiva de oferta de educação. Nesse caso, o ensino privado supre uma lacuna imensa.

Desafios - O ensino superior privado atende a um número maior de alunos hoje em dia?

Mendes - De 2000 a 2007, o número de estudantes no ensino privado chamado lucrativo, ou seja, as universidades que ganham com a educação, aumentou de 324 mil para mais de 1 milhão. Nas não-lucrativas, também conhecidas como filantrópicas, passou de 1 milhão 453 mil estudantes para cerca de 2 milhões e trezentos mil no mesmo período. Trata-se de um aumento de 74% em sete anos. Hoje, 65% do ensino superior são providos pelo ensino privado. Isso é um dado que as pessoas às vezes esquecem: o domínio privado no ensino superior brasileiro.

Entrevista publicada na página do IPEA, leia a íntegra aqui.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Colunista faz inovação processual e exclui prova testemunhal

A colunista do grupo RBS, que se autodenomina abelinha (mas não produz nenhum tipo de alimento) exclui a prova testemunhal do rol previsto na sistema processual pátrio. O sistema jurídico idealizado pela jornalista talvez seja o único no mundo que não admita prova testemunhal. No caso, a abelinha invalida o testemunho para o Ministério Público Federal do ex-presidente do DETRAN no governo YEDA, Sérgio Buchmann (veja o depoimento aqui), pois não há testemunha da conversa. É bom avisar os juízes desse fato. A partir de agora toda o testemunha em juízo deverá ser comprovado por outra testemunha de forma tautológica. Uma inovação que alegrará todos réus e criminosos do Estado.

Como já havíamos alertado, para os partidos da base do governo YEDA na Assembleia e a mídia corporativa somente será considerada prova robusta e consistente uma foto do momento da distribuição da propina, com declaração de culpa assinada no verso, conjuntamente com duas testemunhas, todas com firma reconhecida por autenticidade no tabelionato. Vejam bem, talvez. Pode ser que mudem de ideia e exijam algo mais.

Golpe em Honduras causa saudosismo no Brasil



Hoje o jornal Zero Hora do grupo RBS dedica a principal manchete de capa e duas páginas inteiras para reportagens favoráveis ao golpistas hondurenhos. Praticamente sem contraditório.

Como temos salientado aqui, o golpe em Honduras recebeu condenação praticamente unânime na comunidade internacional. Da ONU à OEA, incluindo os EUA, tradicional apoiador de golpes na América Latina, houve condenação ao golpe. Mas, no Brasil existe uma exceção: a mídia corporativa.

Perdida ideologicamente com o ocaso do neoliberalismo e inconformada com as mudanças no continente, a mídia corporativa se volta ao passado com saudosismo das ditaduras latino-americanas. O golpe hondurenho é visto como uma "balão de ensaio" que caso dê bons resultados poderá incentivar os desejos inconfessáveis dos golpistas de plantão. Nesse caso, a mídia corporativa poderá escrever editoriais como o publicado pelo o Jornal O GLOBO, no dia 02 de Abril de 1964, glorificando o golpe civil-militar e o início da ditadura.

Editorial de "O Globo", em 02/04/1964


Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.

Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.

Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.

Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.

Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.

As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, "são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI."

No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, consequentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.

Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranquilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.

Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.

A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.

Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.

Confundir para proteger

A defesa do deputado federal José Otávio Germano (PP), acusado de chefiar a quadrilha que desviou milhões de reais do DETRAN, ingressou com um incidente processual denominado "exceção de suspeição" na ação de improbidade administrativa movida contra, dentre outros, ele e a governadora YEDA (PSDB) na Justiça Federal de Santa Maria.

Esse instrumento processual tem por objetivo substituir o juiz por outro, provando basicamente que o juiz: é amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; alguma das partes é credora ou devedora do juiz ou de seus familiares; é herdeiro, donatário ou empregador de alguma das partes; recebeu dádivas antes ou depois de ajuizado o processo, aconselhou alguma das partes ou é interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Alegada a suspeição do juízo o processo ficará suspenso até seu julgamento pelo tribunal superior.

Feito esses esclarecimentos. Qual seria uma manchete condizente com os fatos?

Fraude no DETRAN: defesa dos acusados alega que juíza é suspeita;
ou

Advogado de Otávio Germano alega suspeição de juíza;
ou ainda

Alegação de suspeição da juíza suspenderá processo sobre Fraude no DETRAN

O oligopólio midiático regional escolheu a seguinte na sua edição online de ontem:
"
SUSPENSA AÇÃO DE IMPROPIDADE ADMINISTRATIVA CONTRA YEDA".

O leitor mais afoito ou desavisado, menos afeito aos meandros processuais tortuosos do sistema jurídico brasileiro, pensará logicamente que a governadora deixou de ser ré ou foi absolvida.
Nada como confundir para proteger.

ELTON – TRINTA E TRÊS DIAS: DIVERSIONISMO, OMISSÕES E UM NOME.


Por Adão Paiani

As profundas divergências ideológicas, conceituais e estratégicas que tenho com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não são obstáculo para continuar cobrando uma resposta para a morte de Elton Brum da Silva. Considero indigna qualquer outra posição que não seja essa. Antes de ser um militante, Elton era um cidadão riograndense e brasileiro, como qualquer outro. E é nessa condição que se deve exigir que o crime do qual foi vitima seja devidamente esclarecido, e o nome de seu verdadeiro algoz finalmente revelado.

Trinta e três dias se passaram e até agora nada. A cúpula da Segurança Pública do Estado, sob o comando da Governadora Yeda Rorato Crusius, continua cumprindo um roteiro pré-determinado, de acordo com seus interesses, e com resultados mais do que esperados, na linha já conhecida do atual Governo Estadual de fazer aquilo o que bem entende, sem considerar-se na obrigação de responder pelos seus atos perante quem quer que seja, principalmente frente a sociedade; postura essa que bem explica o vergonhoso momento que atravessamos.

No entendimento da Governadora e do seu grupo, a chegada ao poder por um processo eleitoral legítimo, é salvo-conduto para práticas de toda ordem, e contam com a sorte de ainda sentirem-se amparados pelo silêncio condescendente das ruas, pela cumplicidade de uma base política absolutamente comprometida com as mesmas práticas, por conhecidos segmentos de uma mídia vergonhosamente vendida; e que demonstra valer ainda menos do que tem recebido e por derradeiro, nesse caso, pela inacreditável submissão da polícia Estatal aos seus interesses e práticas. O assassinato de Elton, e a condução do fato até agora, é apenas um dos exemplos disso.

Trinta e três dias. E no meio do caminho, a ocupação de um prédio público, denúncias de depredação e furto. Prática, sem dúvida nenhuma, absolutamente condenável, inaceitável, e que deve ser severamente punida, com a responsabilização de todos os envolvidos; seja por ação ou omissão; sendo que essa última deve ser creditada também àqueles que deveriam zelar pelo patrimônio público, e não o fizeram, estando legalmente obrigados a tal.

Trinta e três dias. Cadernos achados no lixo, dando conta de estratégias nem tão secretas assim; ao estilo das “Cartas Brandi”, que para quem não sabe, foi um episódio ocorrido em 1954; em que supostas correspondências enviadas pelo deputado argentino Antonio Brandi a João Goulart, que no ano seguinte seria candidato a Vice-Presidente da República, foram apresentadas como a prova de uma conspiração para implantar no Brasil um regime similar ao encabeçado por Perón, na Argentina; o que posteriormente se constatou ser uma fraude sem qualquer sustentação.

As dissimulações e movimentos para tirar o foco do que realmente interessa: o nome do verdadeiro autor do assassinato de Elton Brum da Silva causa revolta; mas não surpresa. O que surpreende é a omissão daqueles que, legitimados a se posicionar, não o fazem. Mesmo amparados pelas prerrogativas legais que possuem, contentam-se com o discurso, tão somente. Não compreenderam, ou fingem não compreender, que o tempo, nesses casos, é um inimigo importante, e que as ações deveriam ter sido imediatas, e não o foram. Dias e dias mais do que suficientes para se construir, pelo establishment, uma versão consistente e aceitável de um assassinato covarde, se passaram; com muitas noites no meio.

Muitos têm lembrado que tive acesso, desde o primeiro dia, a detalhes que envolveram a morte de Elton, inclusive com o nome de seu verdadeiro assassino, e até agora não o revelei publicamente, muito embora o tenha feito a diversos parlamentares e autoridades federais envolvidas no caso. A resposta é simples. Comprometi-me a revelar o nome do autor do disparo, pelo que me foi denunciado, se houvesse uma acusação, unilateral, de parte da Brigada Militar, a um integrante de um escalão inferior, para isentar um oficial.

Mas o que tivemos foi uma confissão, realizada em uma madrugada, sem sequer a presença de um advogado, por um, até onde se sabe soldado da corporação, cujo nome até hoje não foi revelado. Muito prático para a Cúpula da Segurança. Trinta e três dias para montar a versão conveniente, com a participação, inclusive, do próprio pretenso autor, agora na condição de réu confesso. Trinta e três dias depois, e o que resta ainda para contrapor a versão oficial? Não sou ingênuo para crer que apenas a minha palavra seria suficiente para se sobrepor a tudo que foi construído desde então.

Trinta e três dias. Aqueles que têm um mínimo de decência, respeito ao próximo, à justiça e à lei, ainda esperam. O nome. Queremos o nome. Dêem-nos ao menos o nome. Mesmo que seja aquele resultado da versão oficial, e não de um compromisso com a verdade.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Fachada

O ex-presidente do DETRAN no governo YEDA (PSDB), Sérgio Buchmann, fez várias revelações importantes no seu depoimento ao Ministério Público Federal. Entre elas, relatou que questionou o secretário adjunto da Administração do Estado, Genilton Macedo Ribeiro, sobre o porquê nomearam ele para comandar a autarquia. A reposta não poderia ser mais direta e significativa: -Porque achamos que tu era um dos nossos e tu tem fachada de honesto. "

A resposta traz no seu cerne muito mais do que aparenta. Ela traduz um pensamento, um "modus operandi" dos setores que sustentam o governo YEDA e apoiam ideologicamente seu projeto. A mídia corporativa regional que apoia YEDA, por exemplo, nunca o faz aberta e francamente, como seria legítimo e respeitável. Ela se esforça continuamente para manter "a fachada" de imparcialidade. Diga-se de passagem, a cada dia mais frágil. Diante de abusos, irregularidades, denúncias de corrupção e improbidade administrativa contra um governo com inabilidade e incompetência nunca vista na história gaúcha, a mídia corporativa minimiza, retira o foco e até ignora os fatos.

Idêntico comportamento é adotado pelos quadros políticos e ideológicos da base de apoio do governo tucano. Nesse caso, o melhor exemplo é a postura em face do golpe em Honduras. O golpe foi qualificado como tal e condenado pela ONU, OEA, por toda a comunidade internacional, incluindo os EUA. Mas esses agentes políticos regionais, por dissimulação, vício ou falta de coragem de assumir abertamente seu apoio aos golpistas, sustentam os mais estapafúrdios argumentos para defender a "constitucionalidade do golpe". Chamam o governo golpista de "interino" e advogam até o caráter democrático da quartelada. Assim como o governo YEDA no caso DETRAN, esses agentes fazem tudo para manter "a fachada" de democratas.

Charge do indispensável
Sátiro.

Entrevista com Ciro Gomes (PSB)



Vale a pena assistir a entrevista com o deputado federal Ciro Gomes (PSB) no programa Jogo do Poder da CNT. A entrevista está disponível no YouTube em 5 partes. Ciro Gomes, possível candidato à presidência da república, demonstra estar muito preparado para corrida presidencial.

O deputado defende com ênfase as conquistas sociais do governo Lula, não poupa críticas ao projeto dos demo-tucanos e às políticas implementadas no governo FHC - agora representadas pela candidatura José Serra (PSDB) - e diz que o Brasil não pode retroceder.

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A compositora

Pescado do blog do Kayser

Vejam o quê o Cloaca News achou no lixo da RBS

Recomendo a leitura da brilhante postagem do blog Cloaca News, basta clicar aqui, realmente imperdível, um verdadeiro furo de reportagem. Não percam e descubram como se faz jornalismo, de verdade.

Depoimento do ex-presidente do Detran ao MPF



Imperdível o depoimento do ex-presidente do DETRAN, Sérgio Buchmann, ao Ministério Público Federal. O ex-presidente relata que o secretário adjunto da Administração do Estado, Genilton Macedo Ribeiro, recomendou a ele "calar a boca e não falar mais com a imprensa".

Além disso, Buchmann conta que perguntou a Genilton:

Mas por que me botaram aqui?”

Porque achamos que tu era um dos nossos e tu tem fachada de honesto. "

Ainda segundo Buchmann, a propina originada do esquema no Detran atingia 24% do movimento financeiro mensal do Detran-Fundae e era distribuída da seguinte forma: 12% pro Lair, 12% pro resto.

Posteriormente, Carlos Crusius teria informado Lair que haveria uma mudança na distribuição: 1% para Lair (cerca de 70 mil) e 11% para o casal Crusius.

Se os partidos da base do governo YEDA na Assembleia e a mídia corporativa alidada não considerarem esse depoimento, de um ex-presidente do DETRAN nomeado pela própria governadora YEDA, prova robusta e consistente, eu realmente não sei o quê seria prova para eles.

Talvez, somente uma foto do momento da distribuição da propina, com declaração de culpa assinada no verso, conjuntamente com duas testemunhas, todas com firma reconhecida por autenticidade no tabelionato, seja suficiente para configurar uma prova para esses deputados. Vejam bem, talvez.

Líder do DEMO quer restringir liderança internacional do Brasil


Segundo o líder dos DEMO's no Senado, José Agripino (RN), o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deveria ter se refugiado em outra embaixada.

"Por que Zelaya procurou refúgio na embaixada do Brasil? Ele é presidente na América Central. Por que não embaixada centro-americana?". Agripino disse ainda que o Brasil comprou uma briga desnecessária ao abrigar Zelaya. "Com essa, o Brasil está entrando numa desnecessária confusão", disse ele na sua página no Twitter.

Essa é a visão que foi hegemônica durante todo o governo Fernando Henrique Cardoso. A visão de um País pequeno e limitado, com atuação restrita no cenário internacional e com participação econômica subordinada.

Um pensamento que é externado em todos os níveis da atuação política desses representantes, do pré-sal ao comércio internacional, das políticas sociais à política externa. Para eles o papel de liderança desempenhado pelo Brasil e reconhecido pelos demais países do continente é "uma confusão desnecessária". Para eles, a defesa dos valores democráticos nas relações internacionais é comprar "uma briga desnecessária". É esse o modelo de País que pretendem construir.

Foto: Senador Agripino Maia (DEM) e a apresentadora Hebe Camargo em gesto de carinho.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Golpistas hondurenhos atacam população



Os golpistas hondurenhos atacaram duramente a população que comemorava o retorno do presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, em frente à embaixada brasileira em Tegucigalpa. Os golpistas chegaram a cortar a água, luz e telefone da embaixada e ameaçaram invadir a representação brasileira no País, demonstrando total desrespeito e desprezo pelas leis e convenções internacionais.

Para saber mais sobre os acontecimentos em Honduras, recomendo a leitura do excelente blog NA PRAXIS.

Povo Hondurenho comemora retorno de presidente deposto



Em comemoração ao retorno do presidente eleito, Manuel Zelaya, deposto por um golpe militar, o povo hondurenho ocupou as ruas próximas à embaixada brasileira, onde se encontra o presidente hondurenho. A resistência popular e a condenação dos países da América Latina ao golpe tornam as opções políticas dos golpistas bastante restritas.

O engraçado é ver como a mídia corporativa brasileira tem dificuldades de abordar esse fato. Sem poder demonstrar claramente sua simpatia ao golpe militar, simplesmente secundariza os acontecimentos e ainda ensaia uma crítica ao governo Lula por ter abrigado o presidente hondurenho na embaixada brasileira.

Importante lembrar que o governo brasileiro não reconheceu o governo golpista. Dessa forma, em consideração ao direito internacional, Manuel Zelaya continua sendo o presidente legítimo de Honduras para o Brasil.

"Vou delatar a governadora"



Em mais um trecho de audio divulgado pelo CPI da corrupção, Flávio Vaz Neto, procurador do Estado acusado de integrar o esquema de corrupção no DETRAN, ameaça delatar a governadora e o ex-secretario estadual Delson Martini.

A propósito "calma gatinho" é ótimo e muito apropriado para situação.

A telefonia brasileira é a pior do mundo

Por Cristóvão Feil *
Publicado originalmente pela Agência de Notícias Chasque

O Ministério Público Federal em São Paulo moveu Ação Civil Pública para obrigar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a publicar o resultado de fiscalizações realizadas no sistema de cobrança de prestadoras de serviço de telefonia fixa no site ou no Diário Oficial da União. A ação foi movida na Justiça Federal de SP.

A Anatel, segundo notícias nos jornais, não teria cumprido o dever de informar aos consumidores sobre os sistemas de bilhetagem e cobrança. Esses sistemas são relativos ao tempo das chamadas em minutos, ao tipo da ligação (local ou não), ao plano escolhido pelo consumidor, a chamadas não atendidas, entre outros. A Anatel não publica as irregularidades identificadas nas empresas de telecomunicações que operam no país.

Na ação, o procurador da República Márcio Schusterschitz da Silva Araújo afirma que “a Anatel sabe que o consumidor paga a mais por erro da prestadora e esconde esse fato, prejudicando, inegavelmente, a informação e, essencialmente, a própria reparação do dano ao consumidor”. Além disso, afirma o procurador, a agência deixou de cumprir sua função de defesa do consumidor.

O erro implica, ainda segundo o Procurador da República, em verdadeiro enriquecimento ilícito por parte das empresas de telecomunicações. E esse erro quebra a boa-fé no contrato e quebra a lealdade nas relações de consumo e mesmo a eficiência econômica do setor. Vejam pois meus prezados e prezadas ouvintes: a Anatel não regula nada. Não defende o consumidor nos serviços de telefonia e ainda impede que o consumidor tome conhecimento dos prejuízos financeiros que as empresas de telecom lhe causam por meses.

A quem então o consumidor de telefonia pode reclamar? Se a própria Anatel não cumpre as suas funções e joga contra os usuários de telefone? O Brasil tem certamente os piores serviços de telefonia no mundo, seja a telefonia fixa, seja a móvel, os famigerados celulares. Pagamos as mais altas taxas do mundo.

Quando o serviço de telefonia foi privatizado, ainda na década passada pelo governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, os seus defensores diziam que os serviços telefônicos seriam melhorados e universalizados. Não aconteceu nem uma coisa e nem outra. Temos os piores serviços, as mais altas tarifas e o telefone não foi universalizado, pois as populações da periferia das grandes cidades e de zonas rurais não têm acesso à telefonia fixa e o telefone móvel é muito caro e não tem sinal nesses lugares de baixa renda.

* Cristóvão Feil é sociólogo e editor do blog Diário Gauche

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O caderno do MST e a imaginação


Hoje, olhando os jornais do oligopólio midiático regional fiquei sabendo sobre um caderno supostamente do MST, supostamente achado numa lixeira próxima ao INCRA, que continha anotações sobre o planejamento da ocupação do prédio, debates dos integrantes do movimento e orientações sobre quais assuntos eram centrais na reivindicação. Logicamente, esse fato foi apresentado pelo mídia corporativa como um ato de suprema subversão, como prova da alta periculosidade do MST. Afinal, eles sabem escrever, debatem, anotam e planejam as suas ações. Um ultraje, um horror, estamos todos em perigo.

Imediatamente, minha imaginação foi ativada. E se amanhã acharem uma agenda ou um caderno supostamente nas lixeiras do Piratini, supostamente com anotações de integrantes do governo sobre o esquema de corrupção no DETRAN. O oligopólio midiático considerará uma prova confiável?

Só para ajudar na resposta. Até então, as mais de mil páginas de degravações, testemunhos e documentos colhidos pelo Ministério Público Federal foram considerados pelos aliados de Yeda (PSDB) insuficientes para provar qualquer coisa.

Vale tudo para distrair a sociedade e criar uma nuvem de fumaça para acobertar os acontecimentos no governo gaúcho.

A "marolinha" pode afogar a candidatura Serra (PSDB)


No auge da crise financeira mundial, no final do ano passado, Lula buscou tranquilizar os mercados e cunhou a tão criticada expressão "marolinha" para descrever os efeitos que a crise geraria no Brasil. O tempo passou, por conhecimento de causa ou sorte, o presidente parece ter acertado na sua previsão.

Por outro lado, o governador de São Paulo e presidenciável tucano José Serra (PSDB) acreditava que haveria uma forte retração no Produto Interno Bruto (PIB) e, consequentemente, alta expressiva nos índices de desemprego. Os cálculos da sua candidatura à presidência foram realizados com base nesse cenário. Parece que errou, e errou muito feio.

A mídia corporativa simplesmente esqueceu o "mau presságio" do tucano. Mas, a se confirmar um expressivo crescimento econômico no próximo ano, consolidando o bom desempenho do Brasil durante um período de grave crise mundial, a candidatura tucana tem enorme chance de se tragada pela "marolinha" e morrer na praia do pleito eleitoral que se avizinha.

Sistema de Saúde nos EUA: o lucro acima da vida

A criação de um sistema público e universal de saúde para os estadunidenses foi um dos principais pontos do programa de governo do presidente dos EUA, Barack Obama. Agora, ao tentar implantar o novo sistema de saúde nos EUA, se vê um debate acalorado e elucidativo do quanto pode ser perigoso ter o lucro como parâmetro condutor das necessidades sociais.

Segundo recente estudo divulgado pela edição eletrônica da revista American Journal Public Health, quase 50 mil estadunidenses morrem todos os anos por falta de assistência de saúde. Nos EUA aproximadamente 46 milhões de pessoas não possuem seguro saúde e, portanto, não tem acesso à assistência médica. A situação é crítica e tem causa disfuncionalidades econômicas, onerando excessivamente alguns setores empresariais. Esse fato, inclusive, reforçou a proposta do presidente Obama.

Todavia, o poderoso lobby do setores econômicos que controlam a saúde privada no País ganhou o reforço do neoconservadorismo contra o projeto de Obama. O debate se transformou numa verdadeira guerra ideológica, na qual o presidente americano tem sido acusado até de ser "socialista".

A grande questão que fica é como pode um País com essa condição se apresentar como modelo de democracia e respeito aos direitos humanos? O direito à saúde não é um direito humano básico? Uma democracia pode existir com a exclusão de 46 milhões de pessoas de qualquer tipo de assistência médica? O sacrifício de quase 50 mil vidas todos os anos é compatível com esses valores? Particularmente, entendo que não. O lucro não pode estar acima da vida. Mas, assim como lá, aqui muitos lutam fervorosamente para colocar o lucro acima da vida. Evidentemente, não a vida deles e, é claro, o lucro todos para eles.

domingo, 20 de setembro de 2009

MOSTRA DE CINEMA SANTIAGO ÁLVAREZ - O OLHO DA REVOLUÇÃO


Clique nas imagens para ampliar e conferir a programação

A ASSOCIAÇÃO CULTURAL JOSÉ MARTÍ - RS, Coletivo Catarse e CineBancários promovem de 22 de setembro à 04 de outubro, a

MOSTRA DE CINEMA SANTIAGO ÁLVAREZ - O OLHO DA REVOLUÇÃO,

com uma programação de documentários e longas , sempre em três horários - 15 h, 17h, 19h - com ENTRADA FRANCA.

No dia 24/09, às 19h, no CineBancários - Rua General Câmara, 424 - POA, haverá ainda um Debate com ORLANDO SENNA (Professor de Cinema, Jornalista e ex-Diretor de Audiovisual do Ministério de Cultura e atual Diretor Geral da TV Brasil).

Investigações do DETRAN podem atingir muito possível candidatura de Rigotto ao Estado, segundo nossos leitores

Segundos os leitores do blog, as investigações sobre o esquema de corrupção montado no DETRAN atigem muito uma possível candidatutura de Germano Rigotto (PMDB) ao governo do Estado.

Respondendo a pergunta "Como o esquema de corrupção no DETRAN foi montado durante o governo Germano Rigotto (PMDB), você acha que as investigações atingem uma possível candidatura de Rigotto", o resultado da nossa enquete foi o seguinte:

Muito - 84 votos (67%);

Em parte - 18 votos (14%);

Pouco - 9 votos (7%);

Nada - 14 votos (11%);

Total de 125 votantes

Dica de Cinema: Sem novidades no front

Nossa dica de cinema desse final de semana é o clássico "sem novidades no front". Essa obra narra a história de um grupo de estudantes que são insuflados pelo professor a se alistar no exercito alemão. Seis alunos atendem ao chamamento do mestre e se alistam. Após o treinamento, são enviados para uma das frentes de batalha da 1ª Guerra Mundial, sofrendo todos os dramas desse trágico episódio da história da humanidade. Um verdadeiro manifesto antibelicista.

sábado, 19 de setembro de 2009

Com os direitos políticos cassados

Hoje, lendo, ouvindo e assistindo os veículos da mídia corporativa descobri que o Partido dos Trabalhadores é uma agremiação partidária ilegal e banida do jogo democrático no País. Vocês acham que estou equivocado? Então vejam:

O ministro Nelson Jobim, inegavelmente ligado ao PMDB e próximo ao tucanato, foi nomeado para o STF por FHC, assim como o ministro Gilmar Mendes, ligado ao PSDB. Tudo sem problemas, queixas ou reclamações do baronato midiático. Recentemente, também sem nenhuma ressalva, foi indicado e nomeado ministro do STF um sujeito com conhecidas ligações com setores ultra-conservadores da igreja católica. Agora, a provável indicação para ministro do STF do advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, gera todo o tipo de interdição e indignação fabricadas. Segundo a mídia corporativa, estão tentando partidarizar a Suprema Corte. Como podem ter a ousadia de nomear um sujeito ligado ao PT. É o fim, o cúmulo do absurdo.

Ao sul do Brasil, é noticiada a vinda do Presidente Lula ao Rio Grande do Sul para anunciar vultosos e estratégicos investimentos para o Estado do Rio Grande do Sul. Você esperaria elogios e manchetes positivas? Nada disso. O oligopólio midiático se queixa do anúncio das obras que estariam gerando, segundo eles, "um palanque eleitoral antecipado".

A midia corporativa regional, que adora cobrar do governo federal obras como a duplicação da BR 101 e a rodovia do Parque, quer interditar os governos que não controla totalmente. Para isso, quando as cobranças se tornam realidade, os investimentos são novamente denunciados como eleitoreiros. Agem na lógica "parado é suspeito correndo é culpado".

Além disso, como pode o Presidente subir num palanque cheio de petistas e junto com a ministra chefe da Casa Civil? É muito abuso. É campanha eleitoral antecipada.

Ocorre que o Prefeito da Capital e da governadora do Estado não compareceram ao evento voluntariamente e o presidente Lula cobrou publicamente as ausências. E agora, como tratar esse assunto?

Muito fácil. O prefeito faltou por que não foi convidado. Não interessa se realmente não foi convidado, muito menos se questiona o porquê não providenciou um simples contato com a assessoria do presidente para esclarecer tal fato. Não se cogita especular quanto a intencionalidade da ausência do prefeito, que poderia estar mais interessado em demarcar o espaço eleitoral do que cumprir suas atribuições institucionais. Mas vamos deixar barato, foi apenas um mal entendido.

E quanto a governadora. Quanto a essa não há desculpa. Ela simplesmente se negou a participar priorizando outro evento (a entrega de duas ambulâncias que já estavam em uso no interior do Estado).

Ledo engano. Novamente, a culpa é do PT e seus aliados esquerdistas. Como a nobre e querida governadora poderia comparecer a um evento com tantos vermelhos, poderia ser vaiada, se sentiria desconfortável. Para o oligopólio midiático, a atitude de Yeda é totalmente compreensível, justificável e nem se poderia esperar postura diferente.

O problema todo é aquele palanque cheio de esquerdistas. Como podem estar lá? É um absurdo, o fim do mundo, um verdadeiro crime. Alguém precisa tomar uma providência. Eles até podem se eleger, mas não podem governar.

O mundo matrix da Globo

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Que falta faz um jornal de verdade!

Se houvesse um jornal de verdade no RS, essa seria a sua capa hoje:


Essa postagem é original do blog Dialógico.

Mesmo para quem, como nós, está acostumado a denunciar o caráter partidário e manipulador da mídia corporativa, é impactante ler a capa desse jornal imaginário. A aliança midiática com o governo Yeda cai completamente.

Enquanto o Rio Grande vive uma crise institucional sem precedente, que diz respeito a todos os gaúchos e seus interesses, as manchetes dos jornais do oligopólio midiático regional combatem o MST, se preocupam com a sede de um campeonato de tênis e tratam das faixas de segurança. Tudo bem, não podemos esquecer que para falar das faixas de segurança houve generosa remuneração de uma campanha institucional promovida por outro aliado político.

Enfim, a mídia corporativa, na tentativa de acobertar a governadora acusada de formação de quadrilha, faz de tudo para desviar o foco, inverter a pauta e naturalizar os acontecimentos. Um grande desserviço à democracia e a sociedade gaúcha.

É só esticar a mão


Pescado do blog Sátiro

Stiglitz: O fetichismo do PIB

Por Joseph E. Stiglitz*

Os esforços voltados para dar nova vida à economia mundial e, ao mesmo tempo, responder adequadamente à crise global do clima fizeram surgir uma difícil pergunta: as estatísticas estão nos dando “sinais” corretos e confiáveis com relação ao que estamos fazendo? No nosso mundo concentrado na performance, as interrogações relativas à confiabilidade das medidas ganharam uma importância sempre maior: o que medimos influencia no que fazemos.

Se dispusermos de pesquisas inadequadas, o que nos esforçamos de todos os modos para conseguir (por exemplo, aumentar o PIB) pode, na realidade, contribuir para piorar os padrões de vida.

Poderemos também nos encontrar diante de escolhas falsas, vendo compromissos entre produtividade e proteção ambiental que, de fato, não existem. Pelo contrário, melhores medidas das performances econômicas poderiam colocar luz no fato de que as iniciativas tomadas para melhorar o ambiente se tornam vantajosas também para a economia.

Há 18 meses, o presidente francês Nicolas Sarkozy instituiu a Comissão Internacional sobre a Medida da Performance Econômica e do Progresso Social, estando insatisfeito - junto com muitos outros - com o atual estado das informações estatísticas que se referem à economia e à sociedade. No dia 14 de setembro, essa comissão irá publicar o seu tão esperado relatório.

A pergunta mais importante à qual é preciso dar uma resposta é se o PIB constitui ou não um indicador válido dos padrões de vida. Em muitos casos, as estatísticas sobre o PIB parecem sugerir que a economia está em condições claramente melhores das percebidas pela maioria dos cidadãos. Além do mais, centrar a atenção sobre o PIB desencadeia conflitos: os líderes políticos dizem para amplificar sua importância, mas a sociedade exige que uma atenção análoga seja garantida também para melhorar a segurança, reduzir a poluição acústica, do ar e da água, e assim por diante - todos aspectos que poderiam contribuir para reduzir o crescimento do PIB.

Há muito tempo, naturalmente, bem se sabe que o PIB pode ser um índice de medida inadequado do bem-estar e até das atividades de mercado, mas as mudanças sociais e econômicas podem ter acentuado os problemas justamente quando os progressos no âmbito da economia e das técnicas estatísticas forneceram a ocasião de melhorar as nossas pesquisas.

Por exemplo, enquanto se supõe que o PIB mede o valor da produtividade das mercadorias e dos serviços, em um setor crucial - o governo - normalmente não temos como fazê-lo, por isso, muitas vezes, medimos seu output simplesmente com base no input. Se o governo gasta mais - mesmo que de modo ineficiente - o output aumenta. Nos últimos 60 anos, o percentual do output de governo no PIB cresceu de 21,4% a 38,6% nos EUA, de 27,6% a 52,7% na França, de 34,2% a 47,6% no Reino Unido e de 30,4% a 44% na Alemanha. Portanto, aquele que era um problema relativamente secundário se tornou agora um problema de primeira importância.

Do mesmo modo, o atual aumento do PIB se deve em boa parte às melhorias da qualidade - por exemplo, automóveis melhores em vez de um número maior de automóveis. Mas avaliar as melhorias da qualidade é difícil. A assistência de saúde exemplifica muito bem esse problema: ela é fornecida publicamente, e muitas das melhorias ocorreram com relação à qualidade.

O mesmo problema que surge fazendo-se comparações ao longo do tempo vale para as comparações feitas entre diversos países. Os EUA gastam mais do que qualquer outro país em assistência de saúde (seja per capita, seja em porcentagem com relação aos usuários), mas com resultados decisivamente inferiores. Parte da diferença entre o PIB per capita nos EUA e nos países europeus poderia se dever, portanto, às modalidades de medida adotadas.

Outra mudança relevante que ocorreu na maior parte das sociedade é o agravamento das disparidades: isso significa que há desigualdades em crescimento entre os ganhos médios (intermediários) e o ganho médio (ou seja, o da pessoa “média”, cuja renda se coloca na metade da escala de distribuição dos ganhos). Se um pequeno grupo de banqueiros enriquece, o ganho médio pode subir, mesmo que a maior parte dos ganhos individuais desce. Portanto, as estatísticas do PIB per capita podem não refletir corretamente o que a maior parte dos cidadãos experimenta.

Para avaliar bens e serviços, usamos o preço de mercado, mas agora até aqueles que sempre colocaram a máxima confiança nos mercados põem em discussão a confiabilidade dos preços de mercado, declarando-se contrários a avaliações mark-to-market. Os lucros dos bancos de antes da crise - um terço de todos os ganhos das corporações - parecem ter sido uma miragem.

Compreender isso permite que se ponha uma nova luz não apenas nas nossas medidas da performance, mas também sobre as deduções que tiramos delas. Antes da crise, quando o crescimento dos EUA (segundo as medidas padrões do PIB) parecia muito mais consistente do que o da Europa, muitos europeus defendiam que a Europa deveria adotar o capitalismo de marca norte-americana. Naturalmente, qualquer pessoa que assumisse a briga poderia constatar facilmente o crescente endividamento das famílias norte-americanas, e esse dado contribuiria muito para retificar a falsa impressão de sucesso transmitida pelas estatísticas sobre o PIB.

Os recentes progressos metodológicos permitiram-nos avaliar melhor o que contribui para o bem-estar da sociedade e de recolher as informações necessárias para fazer tais avaliações em intervalos regulares. Esses estudos, por exemplo, verificam e quantificam o que deveria ser totalmente óbvio: a perda de um posto de trabalho tem um impacto enormemente maior do que o que se poderia quantificar calculando apenas a perda de uma renda. Nesse sentido, esses estudos demonstram, além disso, a importância do fato de serem relacionados ao nível social.

Um bom índice de medida para compreender como estamos procedendo também deve levar em consideração a sustentabilidade. Exatamente como uma empresa precisa calcular a depreciação de seu capital, assim também as contas da nossa nação devem refletir o exaurimento dos recursos naturais e a degradação do nosso meio ambiente.

As tabelas estatísticas são concebidas para sintetizar o que ocorre na nossa complexa sociedade com números de fácil interpretação. Deveria ter sido óbvio que era impossível reduzir todas as coisas a um único números, o PIB. O relatório da Commission on the Measurement of Economic Performance and Social Progress levará - assim esperamos - a uma melhor compreensão dos usos e dos abusos desse indicador estatístico.

Além disso, o relatório oferecerá algumas linhas-guia para criar uma gama mais ampla de indicadores que possam representar mais acuradamente o bem-estar e a sustentabilidade, dando impulso para melhorar a capacidade do PIB e das estatísticas correlatas para avaliar a performance da economia e da sociedade. Reformas semelhantes nos ajudarão a dirigir os nossos esforços (e os nossos recursos) para metodologias que conduzam a uma melhoria em ambos os âmbitos.

Pescado do blog do Luiz Carlos Azenha - Vi o Mundo

* Joseph E. Stiglitz é professor da Columbia University, prêmio Nobel de Economia em 2001 e ex-presidente da Comissão Internacional sobre a Medida da Performance Econômica e do Progresso Social, (Envolverde/IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A verdadeira "Baderna no Estado"


O oligopólio midiático regional, mentor e avalista político de uma governadora acusada de formação de quadrilha, culpa os movimentos sociais que protestam contra a corrupção no RS, fazem greve ou reivindicam direitos legítimos pela "baderna no Estado". Trata-se da reedição da velha tática já usada a exaustão.

Diante do mar de lama, ações judiciais e denúncias de irregularidades que motivaram o pedido de impeachment de YEDA, a midia corporativa, aliada do governo tucano, quer pautar outro assunto. A melhor forma de fazê-lo é galvanizar e dividir a sociedade em torno do velho discurso ideológico do tempo da guerra fria. A mídia corporativa simplifica a discussão para dividir a sociedade em "eles" e "nós", "cidadãos de bem" versus "bardeneiros", "direita" versus "esquerda". Tudo sem nuances, sem o mosaico de posições e a complexidade existente na realidade.

O objetivo é um só: dar cobertura ao governo tucano. A linguagem utilizada é cuidadosa e pensada para motivar um pensamento que prefere desconsiderar crimes e abusos por que são cometidos pelos "meus aliados" ou "partidários" contra um suposto inimigo. A idéia central é manipular a opinião dos menos avisados para a famigerada lógica da guerra fria. Lógica do tipo "contra o inimigo vale tudo". No caso, o inimigo acaba sendo a sociedade gaúcha, tuncada e desrespeitada por esse governo.

O problema para o oligopólio midiático é que já está bem claro quem suja a imagem do Rio Grande, quem intimida adversários, depreda e rouba o patrimônio público. Assim, como está claro quem apoia e dá cobertura para tais práticas.

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