segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sistema de Saúde nos EUA: o lucro acima da vida

A criação de um sistema público e universal de saúde para os estadunidenses foi um dos principais pontos do programa de governo do presidente dos EUA, Barack Obama. Agora, ao tentar implantar o novo sistema de saúde nos EUA, se vê um debate acalorado e elucidativo do quanto pode ser perigoso ter o lucro como parâmetro condutor das necessidades sociais.

Segundo recente estudo divulgado pela edição eletrônica da revista American Journal Public Health, quase 50 mil estadunidenses morrem todos os anos por falta de assistência de saúde. Nos EUA aproximadamente 46 milhões de pessoas não possuem seguro saúde e, portanto, não tem acesso à assistência médica. A situação é crítica e tem causa disfuncionalidades econômicas, onerando excessivamente alguns setores empresariais. Esse fato, inclusive, reforçou a proposta do presidente Obama.

Todavia, o poderoso lobby do setores econômicos que controlam a saúde privada no País ganhou o reforço do neoconservadorismo contra o projeto de Obama. O debate se transformou numa verdadeira guerra ideológica, na qual o presidente americano tem sido acusado até de ser "socialista".

A grande questão que fica é como pode um País com essa condição se apresentar como modelo de democracia e respeito aos direitos humanos? O direito à saúde não é um direito humano básico? Uma democracia pode existir com a exclusão de 46 milhões de pessoas de qualquer tipo de assistência médica? O sacrifício de quase 50 mil vidas todos os anos é compatível com esses valores? Particularmente, entendo que não. O lucro não pode estar acima da vida. Mas, assim como lá, aqui muitos lutam fervorosamente para colocar o lucro acima da vida. Evidentemente, não a vida deles e, é claro, o lucro todos para eles.

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