sábado, 19 de setembro de 2009

Com os direitos políticos cassados

Hoje, lendo, ouvindo e assistindo os veículos da mídia corporativa descobri que o Partido dos Trabalhadores é uma agremiação partidária ilegal e banida do jogo democrático no País. Vocês acham que estou equivocado? Então vejam:

O ministro Nelson Jobim, inegavelmente ligado ao PMDB e próximo ao tucanato, foi nomeado para o STF por FHC, assim como o ministro Gilmar Mendes, ligado ao PSDB. Tudo sem problemas, queixas ou reclamações do baronato midiático. Recentemente, também sem nenhuma ressalva, foi indicado e nomeado ministro do STF um sujeito com conhecidas ligações com setores ultra-conservadores da igreja católica. Agora, a provável indicação para ministro do STF do advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, gera todo o tipo de interdição e indignação fabricadas. Segundo a mídia corporativa, estão tentando partidarizar a Suprema Corte. Como podem ter a ousadia de nomear um sujeito ligado ao PT. É o fim, o cúmulo do absurdo.

Ao sul do Brasil, é noticiada a vinda do Presidente Lula ao Rio Grande do Sul para anunciar vultosos e estratégicos investimentos para o Estado do Rio Grande do Sul. Você esperaria elogios e manchetes positivas? Nada disso. O oligopólio midiático se queixa do anúncio das obras que estariam gerando, segundo eles, "um palanque eleitoral antecipado".

A midia corporativa regional, que adora cobrar do governo federal obras como a duplicação da BR 101 e a rodovia do Parque, quer interditar os governos que não controla totalmente. Para isso, quando as cobranças se tornam realidade, os investimentos são novamente denunciados como eleitoreiros. Agem na lógica "parado é suspeito correndo é culpado".

Além disso, como pode o Presidente subir num palanque cheio de petistas e junto com a ministra chefe da Casa Civil? É muito abuso. É campanha eleitoral antecipada.

Ocorre que o Prefeito da Capital e da governadora do Estado não compareceram ao evento voluntariamente e o presidente Lula cobrou publicamente as ausências. E agora, como tratar esse assunto?

Muito fácil. O prefeito faltou por que não foi convidado. Não interessa se realmente não foi convidado, muito menos se questiona o porquê não providenciou um simples contato com a assessoria do presidente para esclarecer tal fato. Não se cogita especular quanto a intencionalidade da ausência do prefeito, que poderia estar mais interessado em demarcar o espaço eleitoral do que cumprir suas atribuições institucionais. Mas vamos deixar barato, foi apenas um mal entendido.

E quanto a governadora. Quanto a essa não há desculpa. Ela simplesmente se negou a participar priorizando outro evento (a entrega de duas ambulâncias que já estavam em uso no interior do Estado).

Ledo engano. Novamente, a culpa é do PT e seus aliados esquerdistas. Como a nobre e querida governadora poderia comparecer a um evento com tantos vermelhos, poderia ser vaiada, se sentiria desconfortável. Para o oligopólio midiático, a atitude de Yeda é totalmente compreensível, justificável e nem se poderia esperar postura diferente.

O problema todo é aquele palanque cheio de esquerdistas. Como podem estar lá? É um absurdo, o fim do mundo, um verdadeiro crime. Alguém precisa tomar uma providência. Eles até podem se eleger, mas não podem governar.

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