quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Agronegócio percebeu que é refém da Monsanto


Plantadores de soja do MT tornaram-se reféns da Monsanto, diz produtor

Agricultores do Mato Grosso querem adotar medidas judiciais contra a Monsanto. Eles contestam a forma de cobrança do royalty sobre o uso da soja transgênica da multinacional. A Monsanto detém a patente da única variedade da semente transgênica permitida para comercialização no Brasil, a Roundup Ready (RR). Sua característica é ser tolerante ao herbicida Roundup – feito de glifosato, também produzido pela multinacional.

O presidente do Sindicato dos Produtores do município de Sinop (MT), Antonio Galvan, denunciou que a Monsato cobra até três vezes pela sua soja.

Segundo Galvan, além de determinar o pedágio a ser pago pela utilização da semente, a Monsanto define o quanto cada saca de semente deve produzir. Por exemplo, um quilo de semente tem que gerar, segundo a empresa, no máximo 74 quilos de soja colhida. Se for produzido mais, é cobrada pela Monsanto uma multa de 2% sobre a colheita.

Ainda, se for misturada a soja transgênica com outras variedades de produto, é necessário pagar o royalty por toda a produção, mesmo que parte dela não seja a soja RR.

Galvan disse que depois de plantar a soja da Monsanto, os produtores mato-grossenses se tornaram reféns da empresa.

“Somos, porque inclusive declaram [integrantes da Monsanto] abertamente que elas não vão mais investir em pesquisas de soja convencional. Então, eles vão trabalhar só em pesquisa de sojas RR, onde podem aplicar a tecnologia e cobrarem o que bem entenderem. Em pouco tempo, você não terá mais opção. Terá que plantar essa RR querendo ou não querendo.”

Apesar de ter liberado a RR, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) já havia alertado sobre o perigo da monopolização do mercado de sementes transgênicas no país.

Informações da Radioagência NP, Desirèe Luíse.

Não foi por falta de aviso, nada como o tempo...
E o silêncio da mídia corporativa sobre o tema, já presente nas rodas do chamado agronegócio, é ensurdecedor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa elite agrária lembra os botocudos deslumbrados com espelhinhos, facas e anzóis. O preço do comércio com o detentor de mais alta tecnologia é o mesmo que os índios pagaram: submissão ou extinção.
Esses pulhas não mercem coisa melhor, pediram por isso e debocharam de quem lhes tentou avisar. Que pagem !!
A primeira reação foi fazer como com os impostos: sonegar, não pagar, dar uma de joão sem braço.
Afinal a Monsanto utilizou técnicas de tráfico de drogas ao deixou que a pirataria corresse solta para depois fisgar os dependentes.
A segunda reação foi pendurar a conta no estado. Deixa o erário pagar. No meio do governo Rigotto, o sr. Perdigotto, presidente da FARSUL, procurou o governador propondo uma lei segundo a qual o pagamento da semente transgênica seria sem royaltes anuais, mas apenas na primeira aquisição.
Queria continuar sonegando com a proteção oficial. A conta acabaria estourando no governo do estado.
A proposta foi recusada e esse talvez um dos motivos de terem puxado o tapete do anódino Rigotto no meio das eleições.
Afinal, gente que tem esses ataques de decência é inservível é inservível para a burguesia gaúcha.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Quem faz contrato com a Monsanto sabe muito bem o que contratou. A multinacional tem todo o direito de cobrar royaltie, mas não pode cobrar três vezes sobre o mesmo valor, como diz o presidente do sindicato rural. Ninguém é refém de nada.

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