terça-feira, 29 de setembro de 2009

Golpistas fecham rádios TV's em Honduras


As forças militares de Honduras cercaram nesta madrugada as únicas emissoras de rádio e de TV que apoiam o presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado há uma semana na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

O cerco é a primeira ação efetiva do governo de Roberto Michelleti depois da edição do Decreto 016/2009 que restringe a liberdade de expressão de manifestação e que permite a prisão, sem mandado, de qualquer pessoa nos próximos 45 dias.

Na sede do Canal 36, no centro da cidade, até mesmo um dos repórteres têm medo de conversar com a imprensa estrangeira. De acordo com o oficial que comanda a operação em frente à emissora, a ordem é que nem mesmo jornalistas internacionais entrem no prédio da emissora.

No prédio da Rádio Globo, os repórteres foram expulsos por volta das 5h de dentro da redação. Os equipamentos de transmissão também foram retirados. A repórter Ariela Cacceres disse que a ordem é clara: somente funcionários podem entrar, mas a transmissão está proibida. “Houve disparos. Fomos expulsos da redação. Eles [tropas militares] estão tirando fotos da gente para nos intimidar.”

A polícia também impede a concentração, na Universidade Pedagógica, de manifestantes favoráveis a Zelaya que organizaram uma grande caminhada para hoje, dia que marca três meses de golpe em Honduras.

O jornal El Herado, favorável a Michelleti, estampa na capa a manchete "Estado de Sítio” e admite a restrição de liberdade de expressão. Informações da Agência Brasil.

A mídia corporativa brasileira não denúncia a investida dos golpistas hondurenhos contra a liberdade de imprensa. Quando comenta os acontecimentos diz que "Honduras decretou isso", que "Honduras fez aquilo", dando legitimidade institucional a quem não tem. Tratamento bem diferente ao dado aos seus desafetos, sempre nominados e pessoalizados.

Além disso, não cansa de alçar os golpistas a condição de governo interino e de justificar o golpe com a suposição absurda que o presidente Zelaya pretendia se reeleger. Como poderia buscar a reeleição se o plebiscito proposto seria realizado juntamente com a eleição presidencial, na qual não participaria?

Para mídia corporativa e o oligarcas brasileiros democracia é uma palavra vazia de significado.

Um comentário:

Remindo disse...

O Michelleti era preseidente interino e presidente de fato, para os ati-lulista Folha e O Globo. Após a censura nos meios de comunicação virou GOLPISTA. Há. há, há. Nunca ri tanto na minha vida.

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