domingo, 31 de outubro de 2010

Aécio: "Serra foi um Leão"


O pobre do animal, chamado de rei dos animais, não merecia essa comparação. A postura da candidatura tucana, muitas vezes, poderia ser melhor comparada com uma hiena ou um abutre, mas vamos aceitar a opinião do Aécio.

Então, segue a foto do nosso leão:

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Direita promove degradação política

"Era previsível. Trata-se de uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, e alimentada por interesses estrangeiros, que alimentam a campanha contra a política exterior do presidente Lula e não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Uma campanha assim, execrável, só é possível em uma república presidencialista, como existe nos Estados Unidos, cujo modelo foi copiado pelo Brasil, após o golpe militar de 15 de novembro de 1889. O que aprendi, em meus 74 anos de vida, foi que sempre os gritam contra a corrupção são geralmente os mais corruptos. O jornalista Carlos Lacerda gritou que, sob o governo do presidente Getúlio Vargas, havia um “mar de lama”. Nada se provou. Porém, o jornalista Carlos Lacerda, depois governador do Estados da Guanabara, nunca pôde explicar devidamente de onde proveio a enorme fortuna que deixou. A campanha contra Dilma Roussef é abjecta, sórdida, de tão baixo nível, com escândalos forjados, fabricados visivelmente por motivo eleitoral. É lamentável a degradação política a que o PSDB, seus aliados e os meios de comunicação estão levando o país."

Trecho da entrevista do professor Luiz Alberto Moniz Bandeira sobre a grande a expectativa do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, com relação ao segundo turno das eleições no Brasil.

domingo, 24 de outubro de 2010

Fiasco de Serra com a "bolinha de papel" é motivo de chacota até na Argentina


Jornal argentino Clarin afirma que candidato tucano José Serra fingiu um golpe na cabeça. Segundo o jornal, o presidente Lula planejava prestar solidariedade ao opositor quando percebeu a armação através das imagens da TV Record e do SBT.

As imagnes mostram o tucano sendo atingido por uma pequena bolinha de papel e, após receber uma ligação telefônica, passodos mais de 20 minutos da suposta agressão, colocar a mão na cabeça (do lado oposto ao do impacto do objeto) queixando-se de intensa dor.

O papelão do tucano já virou motivo de chacota internacional. Que horror.

sábado, 23 de outubro de 2010

A economia de Terceiro Mundo dos Estados Unidos

Pescado do Opera Mundi:

Durante alguns anos, escrevi sobre o relatório mensal do emprego não agrícola nos Estados Unidos. Os dados não endossavam os elogios tecidos pelos economistas à "Nova Economia". A "Nova Economia" era constituída, supostamente, por serviços financeiros, inovação e serviços de alta tecnologia.

Esta economia tomava o lugar da velha economia braçal da indústria e da manufatura. A educação reciclaria a força de trabalho e passaríamos para um nível mais alto de prosperidade.

Por vezes seguidas, informei que não havia sinal dos empregos da "Nova Economia", mas os empregos da velha economia estavam desaparecendo. Os únicos novos empregos eram em serviços domésticos de baixa remuneração, como os de garçonete e garçom, vendedor de loja, assistência social e de saúde (principalmente serviços de ambulatório) e, antes do estouro da bolha, construção.

Os dados, divulgados mensalmente pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, não tiveram impacto sobre a propaganda da "Nova Economia". Os economistas continuaram a insistir com eloquência na ideia de que o globalismo era uma bênção para nosso futuro.

Os milhões de desempregados de hoje são creditados à explosão da bolha imobiliária e à crise financeira dos derivativos subprime. No entanto, a economia dos EUA vem perdendo empregos há uma década. À medida que a manufatura, a tecnologia da informação, a engenharia de software, a pesquisa, o desenvolvimento e os serviços profissionais comerciáveis foram transferidos para o exterior, a classe média norte-americana encolheu. As escadas de mobilidade ascendente que transformaram a sociedade norte-americana em uma "sociedade da oportunidade" foram demolidas.

A economia na folha de pagamento obtida com a entrega dos empregos dos norte-americanos aos chineses e indianos enriqueceu os CEOs corporativos, os acionistas e Wall Street, à custa da classe média e da economia de consumo da América.

A perda de renda e trabalho da classe média foi escondida durante anos pela expansão da dívida dos consumidores, em substituição à falta de crescimento da renda. Os norte-americanos refinanciaram suas casas, gastaram suas reservas e atingiram o limite de seus cartões de crédito.

A expansão da dívida do consumidor já teve sua vez, e não há como continuar a impulsionar a economia desta maneira.

Economistas e dirigentes continuam a ignorar o fato de que todo emprego em serviços e bens comerciáveis pode ser transferido para o exterior (ou preenchido por estrangeiros trazidos com vistos H-1b e L-1). Os únicos empregos de reposição são em serviços domésticos não comerciáveis, ou seja, aqueles trabalhos que requerem a "mão na massa", como serviços de saúde ambulatoriais, barbearia, serviços de limpeza, garçonetes e garçons - empregos que descrevem a força de trabalho de um país de terceiro mundo. Muitos desses empregos inclusive já foram preenchidos por estrangeiros trazidos com vistos tipo R-1 da Rússia, Ucrânia, Tailândia, Romênia e outros lugares.

A perda de empregos dos norte-americanos e a redução da renda do consumidor por causa dos baixos salários excluiu a demanda de consumo como o motor da economia. É por isso que as políticas fiscais e monetárias de expansão não estão surtindo efeito.

O último relatório de emprego mostra que a transformação da América em uma economia de terceiro mundo continua. A economia perdeu 95.000 postos de trabalho em setembro, graças principalmente a cortes na educação local e no emprego federal. Parte da perda de 159.000 empregos públicos foi compensada por 64.000 novos empregos no setor privado.

Onde estão os novos empregos? Em serviços domésticos não comerciáveis de baixa remuneração: 32.000 em serviços de saúde e sociais e 33.900 em serviços de alimentação e bares.

Aqui está. Esta é a "Nova Economia" da América.

*Paul Craig Roberts é economista e ex-secretário assistente do Tesouro na administração de Ronald de Reagan. Artigo originalmente publicado no Global Research.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Em 12 anos de privatização, gastos com telefonia triplicam e serviços são péssimos


Matéria de João Peres, da Rede Brasil Atual, informa que, passados 12 anos da privatização do setor de telecomunicações, o preço da assinatura básica de telefone passou de R$ 10 para R$ 28,80 – excluídos tributos. O valor atual representa 188% de aumento desde 1998, enquanto a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 118%. Estudos de ONGs que acompanha a questão apontam que o acesso está distante de ser universalizado tanto em telefonia quanto em banda larga. Além disso, o modelo de desestatização não foi capaz de promover concorrência no setor.

Estudos apontam que o serviço é caro e a universalização do acesso, um dos critérios fundamentais na hora da concessão, não foi efetivado. Especialistas consideram que o quadro atual revela as perversidades do processo de capitalização conduzido pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

"A privatização foi feita para transferir recursos, muitos recursos para a iniciativa privada. E, pior, para a iniciativa privada de países estrangeiros. Esse prejuízo se estende até hoje porque as concessionárias monopolizam as redes de comunicação de dados do Brasil, impedindo a universalização desse serviço", resume Flávia Lefèvre Guimarães, advogada do Proteste.

Do faturamento total, a assinatura básica responde pela maior fatia dos lucros da Telefônica: 25%. A questão é que o processo de privatização incluiu outra concessão às empresas. Até 2005, elas puderam escolher um setor no qual incluiriam um aumento anual de 9% – o escolhido foram as assinaturas.

Além disso, até aquele ano a correção monetária era feita pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas que garantiu aumentos bem acima da inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no IPCA – índice referência para aumentos salariais dos trabalhadores, por exemplo. Por isso o valor da assinatura aumentou 2,8 vezes.

Como revela reportagem da Revista do Brasil número 39, o terreno favorável à venda ao setor privado foi preparado três anos antes da privatização, com elevação de 2.000% na assinatura básica – antes, custava o equivalente a R$ 0,44. Ou seja, caiu fortemente o preço de compra da linha, chamado de "taxa de habilitação" e que ultrapassava os R$ 1.000, mas os custos foram compensados em outros itens da conta de telefone.

Além disso, mudou-se habilmente o processo de desestatização, deixando de lado os futuros ganhos que as operadoras teriam com a banda larga. Com isso, o Sistema Telebrás, avaliado em R$ 40 bilhões, acabou negociado por R$ 22 bilhões. Para que se tenha uma ideia, a espanhola Telefónica levou a concessão paulista por R$ 5,7 bilhões. Apenas em 2008, último balanço disponível, o resultado líquido da empresa foi de R$ 2,4 bilhões.

Problemas no modelo


A instituição reguladora - ANATEL - criada pelo governo FHC na época da privatização é criticada por parte da sociedade civil organizada. O entendimento é de que a Anatel, que tem em boa parte de seus quadros ex-executivos do "mercado", é sempre muito favorável aos interesses das empresas, deixando de cumprir seu papel básico de fiscalização.

A regulação dos agentes privados não é a única crítica feita ao modelo. Não foi garantida, por exemplo, a concorrência no mercado. A agência não levou em conta a concentração de forças na hora de aprovar fusões e vendas. Hoje, há basicamente três "players" nas telecomunicações brasileiras: Telefônica/Vivo, Embratel/Claro e Oi/Brasil Telecom.

Temos na telefonia e na banda larga quase todo o país refém das concessionárias. Na TV por assinatura, dois monopólios, um por satélite e outro por cabo. Na telefonia móvel, onde há de fato uma concorrência, não houve impacto sobre o que deveria haver, que é no preço de tarifas e na qualidade de serviços”, lamentou Diogo Moyses, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em recente entrevista à Rede Brasil Atual.

As empresas-espelho, que deveriam garantir a concorrência, não se consolidaram, exceção feita à GVT. Eram empresas que não tinham território delimitado nem obrigação de cumprir as metas de universalização de acesso, duas vantagens em relação às concessionárias. Mas, houve desvantagens que acabaram sendo bem mais pesadas para essas empresas. "Se põe uma regra que a empresa-espelho precisa alugar a rede da concessionária e outra de que não pode praticar preço mais baixo que o da concessionária, como vai entrar no mercado?", avalia Flávia Lefèvre.

Somados

Se não há concorrência na telefonia fixa, tampouco há entre a telefonia móvel e a fixa. A questão é que são as mesmas empresas que atuam nos dois campos. A Claro é ligada à Embratel; a Vivo é controlada pela Telefônica; a Oi e a Brasil Telecom passaram a ser parte de um mesmo grupo. Por falta de empresas, a concorrência fica prejudicada.

Os preços da telefonia fixa não baixam, alijando as classes mais baixas deste serviço que, hoje, deveria estar universalizado. A "teledensidade", jargão do setor que mede a quantidade de telefones fixos dentro de determinada área, é hoje de 21 linhas a cada mil habitantes na média do país – patamar muito parecido é registrado desde 2001. Mas, segundo a Proteste, estados como o Maranhão têm uma teledensidade inferior a dez linhas por mil habitantes. Há doze milhões de linhas contratadas, mas não ativadas.

Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais, publicada pelo IBGE em setembro, 49,1% dos domicílios têm telefone fixo, índice bem inferior ao registrado na telefonia móvel: 83,1%. A explicação do estudo é simples: "Os dados indicam que os altos custos ainda presentes da telefonia fixa no País, aliado à debilidade de oferta desse serviço em muitas localidades, fez com que a população gradativamente optasse pelo uso da telefonia móvel.”


Para piorar, como as empresas lucram de qualquer maneira, não têm interesse em manter em funcionamento os Telefones de Uso Público (TUPs), brasileiramente conhecido como orelhão. A meta, quando da privatização, era de 7,5 aparelhos a cada mil habitantes. Mas a Anatel, em parceria com as empresas, foi revisando o valor para baixo, e agora já estuda permitir uma densidade de 4,5 telefones por grupo de mil pessoas. O problema é que, segundo a Proteste, 35% dos equipamentos estão quebrados.

A organização avalia que nem mesmo o serviço de celulares se salva. A entidade lembra que 85% das linhas de telefone móvel operam no sistema pré-pago e com recarga média de R$ 5, os aparelhos conhecidos popularmente como "pais de santo", porque apenas recebem chamadas, sem a possibilidade de originá-las.

Leia a íntegra na página da Central Única dos Trabalhadores.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Farsa

No dia em que a Polícia Federal desconstitui o factóide midiático da quebra do sigilo fiscal, apresentando indícios que os fatos podem ter se originado no próprio ninho tucano, na disputa entre Serra e Aécio, valeu tudo para desviar os holofotes e a pauta política. 

O esforço da mídia serrista incluiu reportagens descontextualizadas e respaldo uma farsa. Postura  que novamente desrespeita a democracia e a boa-fé do povo brasileiro. Veja o vídeo abaixo sobre a suposta agressão sofrida pelo tucano e tire suas próprias conclusões.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Anotações de um leigo sobre o debate


Leitor do Blog envia interessantes comentários sobre o debate entre os presidenciáveis. Compartilho com os nossos leitores as anotações do nosso não tão "leigo" colaborador:

A Dilma precisa se concentrar em cinco ou seis pontos no debate, não mais que isso, minhas sugestões:

- EMPREGO: comparação FHCxLula. O projeto SERRA/FHC é do desemprego! Falar do drama do desemprego para uma família, relembrar. Quem passou por um problema desses no governo tucano vai lembrar a triste experiência. Tem que ter emoção na fala!!!

- PRIVATIZAÇÕES: tem que falar das principais empresas privatizadas: VALE, BANESPA, BANERJ, CSN. Fazer uma lista e dizer: o Serra diz que o PAC é apenas uma lista de obras, mas nós temos obras para apresentar para o povo brasileiro, o seu governo tanto como ministro como governador também tem uma lista extensa, mas das privatizações que vou ler agora: .......; Esse papo da empresa que a Petrobras comprou mas eles não queriam vender vai ter de explicar milhares de vezes para alguém mediano entender! Esqueçam essa linha, tem que ir no garantido: VALE, EMBRATEL (aqui se falar do sucesso, falar que é uma das tarifas mais caras do mundo pelo modelo de privatização que eles praticaram), CSN...

Neste ponto também pode ser abordado a questão dos pedágios em SP (privatização das estradas) os mais caros do país.

- EDUCAÇÃO: falar do PROUNI e das Escolas Técnicas, martelar no tema, não fazer raciocínio longos: usar como exemplo os 8 anos de FHC, no qual os professores universitários e das escolas técnicas federais, assim como todo o funcionalismo público, ficou com o salário congelado! Citar as greves dos professores estaduais e a greve na USP que foram todas reprimidas pela polícia no governo SERRA.

- INFRA-ESTRUTURA: além de falar do PAC tem que falar no APAGÃO DO FHC, do racionamento que o país passou e perdeu oportunidade de crescer!!!! ISSO TEM NOME, SE CHAMA INCOMPETÊNCIA!!! Não investiram em estradas, ferrovias (privatizaram) e transporte fluvial.....

- Também tem que lembrar as enchentes de SP como um problema de saúde pública diante da quantidade de doenças que traz, lectospirose....TEM QUE LEMBRAR DAS ENCHENTES!!!!!!

Outras observações:

- Se ao falar de SP o Serra vier com o papo mole que é contra SP, devolver dizendo que ele passa a campanha toda falando mal do Brasil, quer dizer que ele é contra o povo brasileiro que apóia em 80% o LULA, então??

- Quando falar dos celulares dizer que é a 2º tarifa mais cara do mundo, assim como tem os pedágios mais caros do Brasil. Tudo que o PSDB faz fica mais caro para o povo.

- Lembrar que no fim do governo FCH o salário mínimo não chegava a U$$ 80 dólares, hoje é mais de U$$ 300!!!!!!!!!

- Outra questão que me chama atenção: quando o candidato Serra não quer falar sobre um tema incoveniente, ele desvia para o papo das drogas! Ficar nesse assunto é cair numa armadilha. O tucano desvia o assunto para não falar de PRIVATIZAÇÕES e DESEMPREGO!!!

Sempre que aperta a conversa ele vem com essa conversa das drogas ou do aparelhamento do estado pelo PT.

Sobre o suposto aparelhamento do estado, bastaria fazer um levantamento e ver a relação entre as nomeações políticas do governo federal e do governo de SP ou comparar o de SP com outros estados. Acho que isso destruiria esse discurso vagabundo.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A ministeriável


A governadora tucana Yeda Crusius, derrotada no primeiro turno da eleição para o governo gaúcho, seria forte candidata a compor a equipe Ministerial de um futuro governo Serra. Muito alinhada programaticamente à Serra, YEDA poderia aplicar nacionalmente as experiências administrativas e o "choque de gestão" que a tornaram "tão popular" no Rio Grande.

Movimentos Sociais se unem para derrotar Serra

No início do processo eleitoral deste ano, os movimentos sociais e a Via Campesina Brasil tomaram a decisão política de empenhar esforços para eleger o maior número possível de parlamentares e governadores identificados com as bandeiras populares da classe trabalhadora, com o aprofundamento da democracia e soberania brasileira e com políticas que combatam a concentração da propriedade e da renda em nosso país.

Quanto à eleição presidencial, as organizações populares que compõem a Via Campesina decidiram lutar para que não houvesse a vitória eleitoral de uma proposta neoliberal, representando pela candidatura do tucano José Serra. Passando o primeiro turno dessa campanha eleitoral, realizado em 3 de outubro, queremos, com este comunicado ao povo brasileiro, manifestar nossa decisão política frente às eleições deste ano.

Avaliação do 1º turno

As renovações que aconteceram nas Assembleias estaduais, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, além da eleição e reeleição de governadores progressistas, são alvissareiras.

No Senado Federal, especialmente, fomos vitoriosos com a eleição de companheiros e companheiras identificadas com as nossas lutas e com a não eleição de senadores que se notabilizaram pela perseguição aos movimentos sociais, identificados com os interesses do agronegócio.

Destacamos como vitória a derrota eleitoral do governo tucano de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, que se notabilizou, juntamente com o governo tucano de São Paulo, pelo controle da mídia, criminalização dos movimentos sociais e repressão à luta pela Reforma Agrária, aos movimentos de moradia e ao movimento dos professores da rede pública estadual. Em relação às campanhas presidenciais, não transcorreram debates em torno de projetos políticos e dos problemas principais que afetam a população brasileira.

A campanha de Dilma Rousseff (PT) buscou apenas, de forma pragmática, divulgar o desenvolvimento econômico e as políticas sociais do governo Lula, apoiando-se na popularidade e nos enorme índices de aprovação do atual governo. Com essa estratégia, obteve quase 47% dos votos, que foram insuficientes para vencer no primeiro turno. A candidatura de José Serra (PSDB) nos surpreendeu, não por sua identificação com as políticas neoliberais, e sim pelo baixo nível da sua campanha presidencial.

Foi agressivo e perseguiu jornalistas em entrevistas, tentou interferir em julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), espalhou mentiras e acusações infundadas.Chegou a usar a própria esposa, que percorreu as ruas de Niterói (RJ) dizendo que Dilma Rousseff “é a favor de matar as criancinhas”. Somente uma candidatura sem nenhum compromisso com a ética e com a verdade, contando com o total controle sobre a mídia, pode desenvolver uma campanha de tão baixo nível. A biografia do candidato já é a maior derrotada nestas eleições.

A candidatura de Marina Silva (PV) cumpriu o objetivo a que se propôs: provocar o segundo turno nesta campanha eleitoral. O tempo dirá se o seu êxito serviu para fortalecer a democracia ou simplesmente foi utilizada pelas forças conservadoras, para que retornassem ao governo.Já as candidaturas identificadas com os partidos de esquerda, que utilizaram o espaço eleitoral para defender os interesses da classe trabalhadora, infelizmente tiveram uma votação inexpressiva.

O descenso social que temos há duas décadas em nosso país, a fragmentação das organizações da classe trabalhadora e a fragilidade da política de comunicação com a sociedade certamente influíram no resultado eleitoral. Cabe uma auto-crítica aos partidos políticos que se limitam apenas às campanhas eleitorais para dialogar com a sociedade. E que não falte daqui pra frente trabalho de base e a formação política permanente.As eleições deste ano demonstraram o poder nefasto e antidemocrático da mídia.

Mas, por outro lado, foi potencializada uma rede de comunicadores independentes, comprometidos com a liberdade de expressão e com o direito à informação, e que enfrentam aguerridamente o monopólio dos meios de comunicação em nosso país. São avanços rumo à democratização da informação e na construção de uma comunicação democrática e plural, com a participação da sociedade.

O 2º Turno

Nós reafirmamos nosso compromisso em defesa das bandeiras de lutas da classe trabalhadora e na construção de um país democrático, socialmente justo e soberano. Independentemente do governo eleito, seja ele qual for, iremos lutar de forma intransigente pela expansão das liberdades e dos direitos democráticos oprimidos.

Vamos lutar também por mudanças nas instituições e serviços públicos, em benefício da ampla maioria da população; combater aos monopólios para o desenvolvimento com soberania e distribuição de renda; defender as conquistas trabalhistas, a redução da jornada de trabalho, o direito de greve para os servidores públicos; a Previdência Social pública, de boa qualidade, pelo fim do fator previdenciário.

Defendemos também a realização de uma reforma urbana, com moradia, saneamento básico, transporte público e segurança; a construção de serviços de saúde universal e de boa qualidade; reformas na educação pública e promoção da cultura nacional-popular com caráter universal; o fim do latifúndio, limite do capital estrangeiro sobre os nossos recursos naturais e a realização de uma Reforma Agrária anti-latifundiária; a implantação de novas relações da sociedade com o meio ambiente e efetivação uma política externa de autodeterminação, solidariedade aos povos e que priorize a integração dos povos do continente latino-americano e do Caribe.

Infelizmente, os avanços do governo Lula em direção a essas bandeiras democrático-populares foram insuficientes, em em que pese o acerto de sua política externa. Também nos preocupa constatar que, no arco de alianças da candidatura de Dilma Rousseff, há forças políticas que se contrapõem a essas demandas sociais.

Porém, temos uma certeza: José Serra, por sua campanha, pelo seu governo no Estado de São Paulo e pelos oito anos de governo FHC, tornou-se o inimigo dessas bandeiras de lutas. Pelo caráter anti-democrático e anti-popular dos partidos que compõem sua aliança eleitoral e por sua personalidade autoritária, estamos convictos que uma possível vitória sua significará um retrocesso para os movimentos sociais e populares em nosso país, para as conquistas democráticas em nosso continente e uma maior subordinação ao império dos Estados Unidos. Esse retrocesso não queremos que aconteça.Nossa posição nessa conjuntura

Assim, os movimentos sociais e a Via Campesina Brasil afirmam o seu apoio e compromisso de lutar para eleger a candidata Dilma Rousseff para o cargo de presidenta do Brasil. Queremos nos juntar aos movimentos sindicais, populares, estudantis, religiosos e progressistas para promover debates com a sociedade, desmascarar a propaganda enganosa dos neoliberais e autoritários e exigir avanços na democracia, nas políticas públicas que favoreçam a população, no combate aos corruptos e corruptores e na democratização do poder em nosso país.

Precisamos derrotar a candidatura Serra, que representa as forças direitistas e fascistas do país. Devemos seguir organizando o povo para que lute por seus direitos e mudanças sociais, mantendo sempre nossa autonomia política frente aos governos.Conclamamos a militância de todos os movimentos sociais, os lutadores e lutadoras do povo brasileiro, para se engajarem nessa luta, que é importantíssima para a classe trabalhadora.

Vamos à luta!! Vamos eleger Dilma Rousseff presidenta do Brasil.

Via Campesina Brasil


Movimento dos Atingidos por Barragens- MAB


Movimento das Mulheres Camponesas- MMC


Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA


Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST


Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil- FEAB


Assembléia Popular- PE


Centro de Estudos Barão de Itararé


Fórum Brasileiro de Economia Solidária


Marcha Mundial das Mulheres- MMM


Movimento Camponês Popular- MCP


Rede Brasileira de Integração dos Povos- REBRIP


Rede de Educação Cidadã Sudeste- RECID


Sindicato dos Engenheiros do Paraná- Senge-PR


Uniao de Estudantes Afrodescendentes-UNEAFRO

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Refrescando a memória II


O candidato tucando José Serra, que hoje fala em fortalecer as empresas públicas do País, foi o responsável pelo programa de privatização das empresas públicas brasileiras no governo FHC. Naquela época, Serra, então Ministro do Planejamento, afirmou orgulhosamente em matéria na Revista Veja "Estamos fazendo todo o possível para privatizar em alta velocidade”.

O que esperar de um candidato que promete fazer justamente o contrário do que realizou no passado? Um candidato que oculta fatos e não defende as políticas que ajudou aplicar no País?

Veja abaixo a lista de algumas da empresas públicas vendidas pelos tucanos, a maioria com generosos financiamentos públicos e a preço vil, fazendo a alegria de grupos internacionais:

- AES SUL (CEEE Distribuição) - vendida para a empresa americana AES;
- BANDEIRANTE Energia - vendida para o grupo Português EDP;
- CELPE - vendida ao grupo espanhol Iberdrola;
- CEMAR - vendida ao grupo americano Ulem Mannagement Company;
- CESP TIETE - vendida para a empresa americana DUKE;
- CETEEP - vendida para a empresa estatal Colombiana ISA;
- COELBA - vendida ao grupo espanhol Iberdrola;
- CONGÁS - vendida ao grupo britânico British Gas/Shell;
- COSERN - vendida ao grupo espanhol Iberdrola;
- CPFL - vendida para o grupo brasileiro VBC;
- ELEKTRO - vendida para a empresa americana ENRON;
- ELETROPAULO - vendida para a empresa americana AES;
- ESCELSA - vendida ao grupo português GTD Participações, juntamente com o consorcio de Bancos Iven S.A.
- GERASUL - vendida para empresa Belga Tractebel;
- LIGHT- vendida ao grupo francês e americano EDF/AES;
- RGE - vendida para o grupo brasileiro VBC;
- BAMERINDUS - vendido ao grupo britânico HSBC;
- BANCO BANESPA - vendido ao grupo espanhol Santander;
- BANCO MERIDIONAL - vendido para o Banco Bozano;
- BANCO REAL - vendido ao grupo ABN-AMRO, hoje sob o controle do grupo Santander;
- BEA (Banco do Amazonas S.A.) - vendido ao Bradesco;
- BEG (Banco de Goiás) - vendido ao Itaú;
- CARAIBA - Mineração Caraíba Ltda
- CIA. VALE do RIO DOCE;
- PQU (Petroquímica União S.A);
- Empresas de Telecomunicação do grupo TELEBRAS:
EMBRATEL, TELESP, TELEMIG, TELERG, TELEPAR, TELEGOIÁS, TELEMS, TELEMAT, TELEST, TELEBAHIA, TELERGIPE, TELECEARÁ, TELEPARÁ, TELPA, TELPE, TELERN, TELMA, TELERON, TELEAMAPÁ TELAMAZON, TELEPISA, TELEACRE, TELAIMA, TELEBRASÍLIA, TELASA. A maioria vendida a grupos internacionais: espanhol, italiano, mexicano e, algumas a um grupo brasileiro.

sábado, 16 de outubro de 2010

Refrescando a memória


"É preciso dizer sempre e em todo lugar que este governo (FHC) não retarda privatização e VAI VENDER TUDO QUE DER PARA VENDER"

Não há nenhum problema de Serra e os tucanos defenderem o estado mínimo e as privatizações. Trata-se de uma posição político e ideológica legítima. 

O indefensável, o inaceitável é dizer uma coisa para os eleitores e fazer outra. Pregar publicamente o fortalecimento das estatais e esconder sua história de privatizações, desmonte e sucateamento da máquina pública. Posar como o representante do "novo" e ocultar seu papel central no governo Fernando Henrique Cardoso, como de fato oculta o próprio ex-presidente tucano no seu programa eleitoral. 

O que esperar de alguém com tais práticas políticas?

Foto: Serra leiloando o patrimônio público do Brasil.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A escolha de Marina


Segundo consta, o candidato tucano, José Serra, teria oferecido quatro ministérios em troca do apoio do PV. Essa proposta deu o tom do tipo de escolha que se impõe à ex-presidenciável e ex-ministra do meio ambiente do governo Lula, Marina Silva. Marina tem a oportunidade e responsabilidade histórica de reforçar a agenda ambiental no próximo governo. Poderá reivindicar a incorporação de questões ambientais vitais no programa de governo ou simplesmente aceitar a lógica do toma-lá-da-cá do tucanato de Serra.

Nesse debate um ponto parece ter sido propositalmente esquecido pelo oligopólio midiático: a reforma do Código Florestal. A proposta, que deforma e fragiliza a legislação ambiental brasileira, é preciso que se diga, conta com aliados nos dois lados da disputa presidencial. É inegável, contudo, que o núcleo duro que lidera essa investida se encontra ao lado do presidenciável tucano, tendo a senadora Kátia Abreu (DEM) e sua turma como principal expoente. Também, por justiça, não posso deixar de registrar, novamente, o papel exercido pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB). O deputado, que se diz comunista, se transformou no principal ariete da oligarquia rural na investida contra a legislação ambiental. (vide aqui)

Enfim, Marina está em condições não só de proteger o Código Florestal, mas de obter compromissos que permitam o avanço das políticas ambientais no País nos próximos anos. Se optar por esse caminho sua candidatura já terá valido a pena, demonstrado convicções sinceras e prestado um grande serviço à nação. Aceitando negociar o meio ambiente por cargos devastará a sua biografia e credibilidade de forma definitiva.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Programa Meu Puxadinho

Essa é um boa comparação entre os atuais candidatos à presidência. Um representa o programa Minha Casa, Minha Vida e a política habitacional do governo Lula, o outro o programa "meu puxadinho" do FHC.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ponte do Guaíba: Ministério Público Federal cobrará explicações da concessionária

Um inquérito civil público instaurado pelo Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF/RS) vai investigar as causas das frequentes interrupções no tráfego da ponte sobre o Rio Guaíba para apurar as respectivas responsabilidades e identificar possíveis soluções que possam orientar uma atuação do Ministério Público Federal destinada a evitar ou reduzir, definitiva ou temporariamente, os transtornos e lesões a direitos experimentados pelos usuários da ponte.

As recentes interrupções devido a problemas mecânicos, elétrico-eletrônicos ou de manutenção no içamento da ponte e os inúmeros e graves transtornos, prejuízos e lesões a milhares de usuários e à economia do Estado motivaram a atuação dos procuradores da República do Núcleo do Consumidor e da Ordem Econômica.

Somente neste ano, a ponte esteve interditada em 22 de abril, 30 de julho e 1º de outubro. Diante disso, o inquérito pretende apurar as responsabilidades da Concepa (concessionária da rodovia), União, Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), nas falhas de funcionamento da ponte móvel.

Para os procuradores da República, as condições de adequação e qualidade de tráfego na ponte não estão sendo asseguradas pela concessionária, uma vez que as paralisações decorrentes de problemas do seu içamento são cada vez mais frequentes e por tempo muito superior àquele que decorreria do seu uso normal. Os procuradores justificam que a ponte do Guaíba é um bem da União que integra a concessão outorgada à empresa Concessionária da Rodovia Osório – Porto Alegre S.A, remunerada por pedágio nos termos do contrato firmado em 4 de março de 1997. Eles basearam a atuação na Constituição Federal, Código de Defesa do Consumidor, na Lei de Concessões e no contrato de concessão que preveem deveres e obrigações que, a princípio, não estão sendo observados.

A primeira diligência de instrução já definida no inquérito será a realização de uma audiência pública ainda neste mês de outubro (possivelmente no dia 25). Para a audiência serão convidadas as autoridades com responsabilidades na questão e entidades da sociedade civil com interesse no tema, que terão preferência no uso da palavra. A participação do público em geral será franqueada dentro dos limites da capacidade do auditório da Procuradoria da República, onde será realizada a audiência, e do bom andamento dos trabalhos.

A audiência pública tem início previsto para as 15h e encerramento para as 19h. Para subsidiar e qualificar a participação do público, o contrato de concessão e outros documentos públicos de interesse serão oportunamente disponibilizados.

As informações são da página da Procuradoria Geral da República.

Finalmente, a empresa concessionária deverá prestar contas dos generosos pedágios cobrados para garantir a conservação e manutenção da ponte. Será, no mínimo, interessante saber como a concessionária irá justificar a sua irresponsabilidade pelos pelos prejuízos causados à população pela falha no funcionamento da ponte que integra a sua concessão.

Mais uma vez ficará visível os efeitos nefastos da privataria. Um modelo que assegurou lucros exorbitantes, sem investimentos e sem riscos para os concessionários em troca de serviços precários e dos pedágios mais caros do mundo para população.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O recado

O que eu posso dizer é que a candidata Dilma só fala o que ela prova. Eu gostaria que ela provasse que eu sumi com o dinheiro e gostaria que o candidato Serra se posicionasse e dissesse se eu sumi com o dinheiro, porque ele é bem informado sobre minhas ações no governo. Por que eu? Porque eu cuidei das maiores obras. Fiz, paguei, terminei no prazo, os empresários tiveram lucro e doaram para a campanha muito mais do que R$ 4 milhões _isso é irrisório perto do que eles doaram. Acho leviano o pessoal do PSDB fazer essas acusações como fez na revista "IstoÉ". Tomei medidas judiciais contra Evandro Losacco e Eduardo Jorge que vão responder por danos morais. Os demais que me acusaram já se retrataram.

Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao país, ele tem que responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele. Acho um absurdo não ter resposta, porque quem cala consente.

Trecho da entrevista de Paulo de Souza, o Paulo Preto, à Folha de São Paulo. Paulo Preto é acusado de desaparecer com R$ 4 milhões de reais de um esquema de caixa dois da campanha do tucano José Serra. Leia íntegra aqui.

sábado, 9 de outubro de 2010

Armadilha do Aborto

Para Marilena Chauí, segundo turno não pode se tornar 'plebiscito sobre aborto'

A filósofa Marilena Chauí fez palestra nesta sexta-feira (8), ao lado de intelectuais e membros do corpo docente da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (FDUSP) em um ato organizado para defender a candidatura da governista para a Presidência da República. Ela afirmou que o monopólio da imprensa no Brasil transforma a mídia em um agente antidemocrático e que a disputa não pode se tornar em um plebiscito sobre o aborto, baseado em boatos.

A maioria dos participantes usou seu espaço de discurso para, além de diferenciar os projetos de governo dos candidatos, fazer críticas ao comportamento da imprensa.

Marilena Chauí defendeu que lideranças de esquerda e do PT deixem de atender jornalistas da imprensa convencional, em uma espécie de boicote a pedidos de entrevista. "Para defender a liberdade de expressão é preciso não falar com a mídia", propõe Marilena Chauí. Ela acredita que a mídia dá espaço para figuras do partido e de movimentos sociais apenas para "parecer plural", mas promovendo um "controle de opinião" sobre o que é publicado.

A professora aludiu ao caso da dispensa da colunista Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S. Paulo. "A democracia não é simplesmente um regime da lei e da ordem", explicou, defendendo que é necessário haver diversidade de opinião na mídia. A professora esclareceu que não se pode permitir que três ou quatro famílias mantenedoras dos meios de comunicação pautem a agenda política do Brasil.

"Temos que impedir que o segundo turno das eleições se torne um plebiscito nacional sobre o aborto", definiu. Para ela, a cada semana é definida uma nova temática para o debate político – se referindo às discussões eleitorais levantadas recentemente, como a da liberdade de imprensa e a da religião.

O ato abordou questões referentes ao segundo turno das eleições. Sobre a definição do apoio do PV a José Serra (PSDB) ou Dilma Rousseff (PT), o professor de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito Otávio Pinto e Silva ironizou: "Serra não precisa do PV, ele já tem o 'PVeja'". A referência à revista semanal da Editora Abril. Recentemente, Reinaldo Azevedo, colunista da Veja, assumiu a posição para a imprensa como partido de oposição no país. Para o professor, a mídia jogou a favor do candidato tucano nesta campanha.

A necessidade de garantir espaço para a diversidade de opiniões foi defendido também pelo deputado federal reeleito pelo PT de São Paulo Paulo Teixeira: "Defendemos uma democracia com liberdade de imprensa e liberdade de opinião; nós queremos diversidade de opinião na imprensa brasileira". Para o ele, o governo nunca quis censurar a imprensa. "Isso nunca esteve no nosso horizonte", afirmou.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Observações sobre o resultado do 1º Turno da eleição presidencial

No primeiro turno das eleições presidenciais de 2006 Lula (PT) chegou a 48,60% dos votos válidos, Geraldo Alckmin (PSDB) alcançou 41,63%, Heloisa Helena (PSOL) 6,85% e Cristovam  Buarque (PDT) 2,64%.

Pois bem, passados mais quatro anos de governo e com uma candidata sem experiência em disputas eleitorais o PT alcançou 46,91% dos votos válidos, praticamente mantendo a situação do primeiro turno de 2006. O candidato tucano, José Serra, obteve 32,61% do votos, ou seja, uma expressiva redução em relação à posição obtida pelos tucanos em 2006. Já a candidata do PV, a ex-ministra do governo Lula, Marina Silva alcançou 19,33%.

Frente a esse quadro, podemos especular que os tucanos perderam parte do seu eleitorado desde 2006, algo em torno de 10%. Um eleitorado que não rejeita o atual governo e não deseja o retorno dos tucanos, mas que deseja mudanças e mantém uma postura crítica ao governo. Um interessante recado das urnas que possibilita as reflexões e autocríticas tão necessárias a continuidade das conquistas  e avanços no nosso País.

Ao contrário do que faz pensar a cobertura do oligopólio midiático,  o grande vencedor das eleições presidenciais até aqui foi a candidatura do governo. O resto fica por conta da comemoração de uma mídia militante que conseguiu garantir o segundo turno num quadro eleitoral adverso.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A democracia autoritária


Um fenômeno em particular chama a atenção nestas eleições: a cobertura engajada da grande mídia no processo eleitoral

Por Francisco Fonseca,

Um fenômeno em particular chama a atenção nestas eleições de 2010: a cobertura engajada da grande mídia no processo eleitoral, e particularmente sua extrema partidarização. Embora não seja propriamente um fenômeno novo, muito pelo contrário, há elementos específicos nesta eleição, tais como: a tentativa de derrotar a figura de Lula como líder nacional e internacional, mesmo num quadro ideológico em que o capital não tem o que temer; o intento de reverter a orientação da política exterior brasileira na perspectiva de um realinhamento com o ainda chamado G-7; e o objetivo de restaurar o Estado excludente, elitista e voltado às “reformas orientadas para o mercado”, em termos de políticas sociais – mesmo considerando-se as contradições do governo Lula, que estabeleceu um grande arco de alianças de classe que vai da esquerda à direita (e dos miseráveis aos ricos), com todas as conseqüências que uma tal coalizão produz.

Diferentemente da surrada e autoalegada cantilena sobre a “independência” e o “apartidarismo” da mídia, o que se observa nestas eleições é a tentativa desesperada de jornais e revistas da chamada grande mídia em simultaneamente desqualificar os avanços do governo Lula e blindar a principal candidatura de oposição. Parafraseando o importante livro de João Almino, Os Democratas Autoritários (Editora Brasiliense, 1980), sobre as contradições discursivas e ideológicas dos partidos na Constituinte de 1946, em que se diziam democratas mas pensavam e atuavam de forma autoritária, o mesmo parecer vigorar nestas eleições quando o tema é a mídia.

Na verdade, suas crenças são impossíveis de se concretizar, pois os órgãos da mídia estão aprisionados estruturalmente a três grandes características: como empresa privada capitalista que objetiva o lucro; como “aparelho privado de hegemonia” (Gramsci), cujo objetivo é conquistar “corações e mentes” para as causas e interesses que representam; e como “intelectual orgânico”, que se assemelha a um partido organizador de classes e estratos sociais. Tudo isso lhes impede de ser o que dizem ser e sobretudo de fazer o que proferem. De fato, não se pode esperar da grande mídia, notadamente no atual marco (des)regulatório dos meios de comunicação no Brasil, nada mais do que uma posição partidária – não no sentido propriamente de um partido político, mas de classes sociais – com vistas a “orientar” tais classes a não seguir na coalizão proposta pelo governo Lula. Independentemente da análise que se possa fazer acerca desta grande coalizão, o fato é que ela existe e é rejeitada pela grande mídia e determinados setores sócio/econômicos que, mesmo beneficiários do crescimento econômico, postam-se como oposição cerrada.

A amplificação permanente de denúncias de corrupção, a tentativa de estigmatizar o governo Lula como perdulário, incompetente e aventureiro (sobretudo em política externa), entre outros impropérios, relegando os avanços sociais e institucionais, expressa simplesmente partidarização (no sentido de classe e de partido político) desesperada. Não que um sem-número de problemas, o que inclui corrupção, não exista em inúmeros governos; mas, entre essa constatação e a tentativa de estigmatizar o governo Lula como “República sindical” (no pior estilo golpista dos anos 1960), e com críticas ideológicas e moralistas (no pior estilo udenista), há uma enorme diferença.

O impacto da cobertura da grande mídia aparentemente é cada vez menor, pois a grande massa de brasileiros pobres que, por mecanismos diversos promovidos pelo governo Lula, ascenderam socialmente ou melhoraram sua condição de vida, simplesmente ignora a militância da grande mídia impressa. As redes de TV perceberam isso rapidamente – até porque dependem de financiamento do BNDES, entre outros agentes governamentais – e, embora algumas delas sejam do mesmo grupo empresarial proprietário de jornais e revistas, atuam de forma mais cautelosa. O mundo digital, embora pequeno proporcionalmente no país, tem também uma parcela de responsabilidade nesta diminuição do poder da mídia impressa.

Os democratas autoritários da mídia e seus representados – em sentido lato – estão sendo derrotados simultaneamente pelo Brasil profundo e urbano! Urge, até por essa derrota, uma reforma das leis (e de incentivos econômicos) aos meios de comunicação, tal como a Argentina vem realizando.

Não haverá a mais remota democracia com uma mídia golpista, hegemônica e autoritária!

Francisco Fonseca é cientista político e historiador, professor de ciência política da FGV/SP e autor, entre outros artigos e capítulos em livro, de O Consenso Forjado – A grande imprensa e a formação da agenda ultraliberal no Brasil, São Paulo, Hucitec, 2005

Artigo pescado da Agência Brasil de Fato.

sábado, 2 de outubro de 2010

Tentativa de golpe do Equador não pode ficar impune















O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou ontem (1º) à noite que os policiais rebelados tentaram promover uma guerra civil. Correa disse que um dos seus seguranças foi morto ao tentar defendê-lo durante os protestos de policiais rebelados. "Havia uma tentativa de desestabilização e de se iniciar uma guerra civil", disse o presidente, na reunião em Quito com os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

"Quero que fique claro que não foi uma reivindicação salarial", disse o equatoriano. "Foi uma tentativa de conspiração, na qual se criou descontentamento na força pública para tentar gerar uma guerra civil."

Segundo Correa, essa tentativa fracassou porque as Forças Armadas não se rebelaram. Ele disse ainda que houve ações coordenadas como a tomada do aeroporto da capital, descontrole proposital do sistema de semáforos e saques para gerar caos na cidade.

Foi a primeira vez desde a rebelião que Correa deu detalhes da crise. Criticado por ter ido pessoalmente negociar com os policiais que protestavam, Correa disse que sua intenção era explicar que a polêmica lei de servidores públicos não prejudicava os funcionários. "Ao contrário, os beneficiava", disse.

"Me dei conta de que se tratava de outra coisa porque, em seguida, as palavras eram fora o comunismo, fora Chávez, fora governo não era uma reivindicação gremial", disse o presidente equatoriano que lidera a chamada "revolução cidadã".

No momento do resgate, um policial da guarda pessoal do presidente, que corria ao lado do carro que transportava Correa, foi morto com um tiro no peito. De acordo com Correa, seu carro foi alvejado por pelo menos cinco tiros.

Correa disse que havia franco-atiradores nos tetos dos prédios que cercavam o hospital militar. Durante o tiroteio que durou quase 40 minutos, quatro pessoas foram mortas e 88 feridas. Antes, porém, autoridades equatorianas mencionaram 193 feridos. "Um estudante de 24 anos foi morto com um tiro na cabeça", disse ele.

Correa voltou a afirmar que vai depurar a polícia, para evitar novas crises. Ontem Patrício Franco foi nomeado novo chefe da polícia, depois da renúncia de Freddy Martínez, que deixou o cargo na manhã de sexta-feira.

O presidente equatoriano narrou a crise da véspera aos chanceleres da Unasul, que viajaram a Quito para reiterar o apoio do bloco ao sistema democrático do país.

No encontro, ficou acordado que até a próxima reunião do bloco, prevista para 24 de novembro, o países definirão os mecanismos para aplicar as sanções que foram determinadas pelos chefes de Estado da Unasul, em Buenos Aires, na última quinta-feira (30), aos países cujos governos derivem de golpes de Estado.

A medida deverá se converter na Cláusula Democrática do bloco, que estabelece sanções políticas e bloqueios econômicos aos países liderados por governos de fato.

"Temos que vetar as pessoas que tentaram assassinar o presidente", afirmou à BBC Brasil o chanceler equatoriano Ricardo Patino. "Por isso é tão importante que Honduras não fique na impunidade, assim como isso aqui não ficará na impunidade", acrescentou.

A punição aos policiais rebeldes é assunto controverso entre um grupo de parlamentares. Por meio de um abaixo assinado, deputados da Assembleia Nacional pedem anistia aos policiais, militares e demais funcionários públicos "que se mobilizaram" na quinta-feira.

A decisão de punir os responsáveis pela rebelião policial é sustentada, pelo secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza. "Estou de acordo que os fatos cometidos não podem ficar impunes", afirmou Insulza, logo depois de se reunir com Correa, no palácio de governo. "Não se pode simplesmente virar a página sem investigar a fundo o que aconteceu, que tentaram terminar com a democracia que esse país lutou tanto para conquistar", disse.

Assim como os líderes da Unasul, Insulza disse que o sistema democrático equatoriano "saiu fortalecido" por ter vencido "à tentativa de golpe de Estado".

A matéria é da Agência Brasil.

Os acontecimentos no Equador seguem a velha receita que, recentemente, também foi aplicada em Honduras, Bolívia e Venezuela. Nos dois últimos, felizmente, sem sucesso. 

A afirmação da soberania e independência da América Latina é indissociável da total condenação e exemplar punição dos responsáveis por articular esses golpes Estado. Golpes que estão, quase sempre, a serviço de interesses estrangeiros e inconfessáveis.

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