sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A escolha de Marina


Segundo consta, o candidato tucano, José Serra, teria oferecido quatro ministérios em troca do apoio do PV. Essa proposta deu o tom do tipo de escolha que se impõe à ex-presidenciável e ex-ministra do meio ambiente do governo Lula, Marina Silva. Marina tem a oportunidade e responsabilidade histórica de reforçar a agenda ambiental no próximo governo. Poderá reivindicar a incorporação de questões ambientais vitais no programa de governo ou simplesmente aceitar a lógica do toma-lá-da-cá do tucanato de Serra.

Nesse debate um ponto parece ter sido propositalmente esquecido pelo oligopólio midiático: a reforma do Código Florestal. A proposta, que deforma e fragiliza a legislação ambiental brasileira, é preciso que se diga, conta com aliados nos dois lados da disputa presidencial. É inegável, contudo, que o núcleo duro que lidera essa investida se encontra ao lado do presidenciável tucano, tendo a senadora Kátia Abreu (DEM) e sua turma como principal expoente. Também, por justiça, não posso deixar de registrar, novamente, o papel exercido pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB). O deputado, que se diz comunista, se transformou no principal ariete da oligarquia rural na investida contra a legislação ambiental. (vide aqui)

Enfim, Marina está em condições não só de proteger o Código Florestal, mas de obter compromissos que permitam o avanço das políticas ambientais no País nos próximos anos. Se optar por esse caminho sua candidatura já terá valido a pena, demonstrado convicções sinceras e prestado um grande serviço à nação. Aceitando negociar o meio ambiente por cargos devastará a sua biografia e credibilidade de forma definitiva.

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