quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Agronegócio planeja criação de estatal para fugir dos efeitos do monopólio dos fertilizantes

Segundo matéria publicada pela Agência Brasil o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, confirmou que está em estudo no governo a criação de uma empresa estatal para coordenar a extração e produção de fertilizantes no país. Ele disse, no entanto, que esse item ainda não está fechado e que o projeto final do marco regulatório para o setor de fertilizantes será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o final de março.

Uma das ideias é tentar ver que instituição vai coordenar e comandar as ações decorrentes tanto do projeto de autossuficiência quanto da legislação que vai regular a exploração de jazidas para fertilizantes. Essa instituição pode ser uma empresa, mas isso ainda não está definido”, afirmou Stephanes.

Segundo ele, o país está em situação vulnerável em relação aos fertilizantes. No caso do potássio, em que a dependência é maior, os agricultores brasileiros importam 91% do que utilizam. Fugir dessa situação é o motivo que leva o governo a produzir um marco regulatório para o setor.

A razão é clara: sair de um cartel e de um monopólio que dominam alguns desses produtos no mercado mundial. Também se deve utilizar os minerais das jazidas que já temos aqui no Brasil”, afirmou. Stephanes disse que os custos de produção serão reduzidos, aumentando a renda do produtor e melhorando os preços pagos pelo consumidor.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, é reconhecido representante do agronegócio. Setor que foi apoiador e entusiasta das políticas de privatização, inclusive do desmonte das indústrias criadas pela ditadura para apoiar o desenvolvimento da agricultura. Agora, ressabiado pelos efeitos das políticas que apoiou e estão lhe custando caro, o setor articula uma intervenção do estado para se proteger dos efeitos da "mão invisível do mercado" que apregoava como solução para maioria dos males da nação. Sinal dos tempos.

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