terça-feira, 18 de maio de 2010

Economia chinesa despreza pensamento neoliberal


A compra pela estatal chinesa State Grid de sete concessionárias de energia no Brasil foi uma das principais notícias econômicas no dia de ontem. A State Grid  adquiriu por R$ 3,097 bilhões as empresas transmissoras de energia Ribeirão Preto, Serra Paracatu, Poços de Caldas, Itumbiara; Serra da Mesa; 75% da Expansión Transmissão de Energia Elétrica (que opera no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais) e da Expansión Transmissão Itumbiara Marimbondo.

A estatal chinesa é a maior empresa de transmissão e distribuição de energia da China e do mundo, com faturamento de US$ 164 bilhões em 2008, 1,5 milhão de empregados, sendo a 15º maior companhia do planeta de acordo com o ranking da revista Fortune. 

O noticiário também destacou que, depois da crise financeira global, a China ficou em uma posição privilegiada, tendo orientado suas estatais para se internacionalizar por meio da compra de ativos ou da construção de novos projetos. Somente no primeiro trimestre deste ano, os investimentos diretos da China em outros países teriam somado mais US$ 7,52 bilhões.

Ao ler essas informações não pude deixar de pensar na angústia que deve tomar conta dos defensores do neoliberalismo ao se deparar com fatos como este. Afinal, segundo seus ensinamentos, as estatais e o estado estão fadados a serem ineficientes por natureza. Como poderia a economia que mais cresce no mundo manter essas estruturas "arcaicas"? Onde está o "livre mercado" e o "Estado mínimo"? Como pode a China crescer exponencialmente sem atender aos pressupostos básicos do liberalismos econômico? E ainda por cima abusando do planejamento governamental em desrespeito gritante à imaculada "mão invisível do mercado". Um verdadeiro contrasenso, uma blasfêmia econômica, devem pensar esses economistas e seus seguidores.

A economia chinesa despreza abertamente o pensamento neoliberal. Ultrapassado o sonho do "fim da historia" propagandeado pelos adeptos do pensamento único, a vida tem desmentido diariamente as simplificações da teoria econômica dominante, desmantelando seus dogmas e revelando a possibilidade de outros caminhos mais alvissareiros para humanidade.

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