segunda-feira, 10 de maio de 2010

Estrangeiros investem no Brasil em busca de segurança alimentar



A Folhaonline noticia que a empresa sul-coreana Hyundai também quer comprar terras no Brasil com o objetivo de plantar e exportar soja para a Coreia do Sul. Segundo a matéria (leia a integra aqui), desde o início do ano, ao menos mais nove grupos, entre coreanos, chineses e indonésios, visitaram o país em busca de terra para plantio e exportação.

O investimento é tido como estratégico para garantir o suprimento de alimentos a esses países, que têm grande população e pouca área agricultável. A Coreia do Sul, por exemplo, tem apenas 0,6% da terra agricultável que existe no Brasil. A área, pouco menor que o Sergipe, tem de abastecer população de 48,5 milhões de pessoas. Segundo Gi-Seob Kim, várias empresas do país têm comprado terras no exterior para exportar alimentos já há alguns anos.

Apesar da investida coreana, os maiores interessados na compra de terras no Brasil têm sido os chineses, os maiores importadores de soja do mundo. Segundo o diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Kevin Tang, nos últimos meses seis grupos chineses demonstraram interesse em comprar terras no Brasil - três deles com participação estatal.

Segundo Tang, a intenção dos chineses não é só garantir suprimento, mas também assegurar que o país não fique à mercê das tradings do setor e possa ter mais controle sobre a cotação das commodities. 

Um verdadeiro choque de realidade para aqueles que tratam a agricultura como uma simples atividade de mercado que possa ficar a cargo das suas caóticas forças. As princípais economias do mundo parecem não compartilhar das vulgares ilusões ideológicas apregoadas no Brasil.  Elas estão nitidamente dispostas a planejar, regular e intervir na atividade agricultura, buscando garantir segurança alimentar, soberania alimentar, desenvolvimento sustentável, ocupação territorial, geração de emprego, preservação cultural, etc.

Aqui, as Kátias Abreus da vida, ainda defendem uma estrutura agrária do século XIX, sem preocupação  com sustentabilidade, sem compromisso com a produtividade e sem condenação ao trabalho escravo ou degradante. Antes que seja tarde, o Brasil precisa instituir uma verdadeira política para o setor, que articule e contemple todos os aspectos multidimensonais da atividade agrícola, permitindo o pleno desenvolvimento do País.

Um comentário:

Remindo disse...

Para os estrangeiros existe terra, para os brasileirinhos deserdados esta lhes é negada.
Reforma Agrária Já!

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