Interessante como ao primeiro sinal de problemas com vôos o oligopólio midiático corre para responsabilizar a INFRAERO. Qualquer motivo é motivo para, rapidamente, se produzir matérias, reportagens e entrevistas acusando a estatal e defendendo a privatização dos aeroportos.
Não sei se é a proximidade da COPA, o vertiginoso crescimento ou a natureza estratégica do setor aeroportuário que despertaram a cobiça dos neoliberais de plantão. Os predadores do patrimônio público têm o objetivo de sempre: se apoderar de setores estratégicos, naturalmente monopolísticos, portanto sem a inconveniente concorrência, para cobrar tarifas e preços exorbitantes e obter lucros extraordinários.
Nos últimos dias, bastou a notícia dos primeiros atrasos em voos da empresa GOL para o oligopólio midiático voltar novamente suas baterias contra a INFRAERO. Para tristeza da mídia corporativa, logo se revelou que os atrasos foram ocasionados por problemas de gestão da empresa GOL na escala dos seus funcionários. Segundo o sindicato dos aeronautas, o problema estaria relacionado ao excesso de horas trabalhadas pelos funcionários, ou seja, novamente pela superexploração do trabalho e pela busca do lucro acima de tudo.
Provavelmente, esse é modelo de gestão que o governo tucano de São Paulo pretende implantar nos aeroportos estaduais. O governo paulista planeja transferir à iniciativa privada a administração de 30 aeroportos de São Paulo. A proposta, logicamente, conta com o apoio entusiasmado do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que não esconde seu desejo de privatizar os aeroportos nacionais.
Caso o projeto tenha sucesso, a julgar pela gestão das empresas aéreas, podemos imaginar o que irá ocorrer com os aeroportos do País.
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