Acho desperdício de tempo discutir o mérito das pesquisas eleitorais, especialmente faltando muito tempo para o pleito. Além disso, pautar a discussão política pelas pesquisas ajuda a limitar ainda mais o já restrito espaço democrático existente no nosso sistema político eleitoral, cada vez mais condicionado pelo poder financeiro e midiático. As últimas pesquisas do DataFOLHA, no entanto, merecem um comentário não pelos resultados, mas pela ação do baronato midiático desencadeada a partir da sua divulgação. Vejamos os fatos:
Os institutos Vox Populi e Sensus vinham apontando o rápido e contínuo crescimento da candidatura governista para o desespero do tucanato. O DataFOLHA, instituto pertencente ao Grupo Folha de São Paulo, publicou em 25/26 de março pesquisa em sentido oposto, apontando uma diferença de 9 pontos em prol do tucano. Essa notícia foi vital para levantar o ânimo do tucanato e salvar a festa de lançamento da candidatura SERRA.
O resultado do DataFOLHA foi logo contestado pela publicação da pesquisa Sensus, promovida entre o dia 05 e 09 de abril, que apontou empate técnico entre DILMA e SERRA. Tais discrepâncias em resultados de pesquisas não são novidade na história política do país. O fato novo e significativo é a ação sincronizada e virulenta desencadeada pelo baronato midiático a partir de então. Muito esforço e manchetes foram produzidas tanto para promover a divulgação do resultado de seu interesse quanto para constestar e desacreditar os institutos com resultados adversos.
O leitor menos atento poderia contestar qualquer vantagem em liderar as pesquisas nessa etapa do processo eleitoral, não atribuindo qualquer valor estratégico a esse objetivo. Realmente, se o debate fosse balizado por projetos políticos e posições ideológicas não haveria nenhum. Mas, o processo eleitoral brasileiro ainda é fundamentalmente influenciado por oligarquias regionais, interesses clientelistas e fisiológicos.
Pois vamos clarear as coisas. Num momento em que estão se consolidando as alianças e apoios regionais, se mostrar eleitoralmente viável é vital para a candidatura SERRA. A chance de vitória é um argumento decisivo para obter a adesão de muitas lideranças regionais com pouca identidade com o projeto tucano, movidas por alta dose de pragmatismo. Sem esse trunfo, um número expressivo de possíveis apoiadores de SERRA, muitos dos quais já não demonstram entusiasmo com a candidatura tucana, optariam por não enfrentar a candidata de um governo incontestavelmente popular como o governo LULA.
O resultado do DataFOLHA foi logo contestado pela publicação da pesquisa Sensus, promovida entre o dia 05 e 09 de abril, que apontou empate técnico entre DILMA e SERRA. Tais discrepâncias em resultados de pesquisas não são novidade na história política do país. O fato novo e significativo é a ação sincronizada e virulenta desencadeada pelo baronato midiático a partir de então. Muito esforço e manchetes foram produzidas tanto para promover a divulgação do resultado de seu interesse quanto para constestar e desacreditar os institutos com resultados adversos.
O leitor menos atento poderia contestar qualquer vantagem em liderar as pesquisas nessa etapa do processo eleitoral, não atribuindo qualquer valor estratégico a esse objetivo. Realmente, se o debate fosse balizado por projetos políticos e posições ideológicas não haveria nenhum. Mas, o processo eleitoral brasileiro ainda é fundamentalmente influenciado por oligarquias regionais, interesses clientelistas e fisiológicos.
Pois vamos clarear as coisas. Num momento em que estão se consolidando as alianças e apoios regionais, se mostrar eleitoralmente viável é vital para a candidatura SERRA. A chance de vitória é um argumento decisivo para obter a adesão de muitas lideranças regionais com pouca identidade com o projeto tucano, movidas por alta dose de pragmatismo. Sem esse trunfo, um número expressivo de possíveis apoiadores de SERRA, muitos dos quais já não demonstram entusiasmo com a candidatura tucana, optariam por não enfrentar a candidata de um governo incontestavelmente popular como o governo LULA.
Um comentário:
Muito esclarecedor.
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