quarta-feira, 17 de março de 2010

Os factóides e o banheiro do Palácio Piratini


Ao ter ciência do factóide produzido pelo oligopólio midiático regional contra o Deputado Dionilso Marcon (PT) - veja aqui  - não pude deixar de rememorar outro episódio do mesmo gênero, envolvendo o então governador Alceu Collares (PDT). O governo Collares pretendia reformar o Palácio Piratini, inclusive o banheiro da ala residencial. Esse fato foi o suficiente para o oligopólio midiático regional e partido político de fato lançar uma verdadeira guerra contra o governo, colocando seus âncoras (ou militantes) a fazer inflamados discursos em defesa do patrimônio público e a convocar corações e mentes a combater o então mandatário do Estado. Postura, por sinal, visivelmente antagônica a adotada quando se descobriu que a atual governadora, YEDA Crusius (PSDB), utilizou recursos públicos para reformar sua polêmica mansão, adquirir móveis e utensílios de decoração.

Sem discutir o mérito, os erros e acertos do governo Collares, essa tática foi fundamental para assegurar a vitória de Antônio Britto (PMDB), representante direto do oligopólio midiático regional. No governo Britto a linha editorial muda radicalmente, como era de se esperar. A privataria, o desmonte do estado, o descaso com o patrimônio público são festejados como políticas modernizantes. Nada a se estranhar, especialmente frente a clara a pretensão do baronato midiático regional em assumir o controle da então empresa pública de telecomunições - CRT.

O fato é que os poucos governos que não representavam os interesses desse grupo, citaria o governo Collares (PDT) e o governo Olívio Dutra (PT), independente dos seus méritos ou projetos, sofreram um constante e implacável cerco midiático. Enfrentando seguidos factóides de todo o gênero e sem instrumentos de comunicação alternativos significativos padeceram por falta ao direito de defesa.

O próximo governo que consiga lograr êxito na eleição sem o apoio do nosso oligopólio midiático certamente enfrentará o mesmo desafio. Independentemente do seu perfil, de enfrentameto ou conciliador, o modus operandi e a prepotência do adversário certamente não darão trégua. Como o poder do baronato midiático regional está nitidamente em decadência e com a credibilidade cada vez mais abalada em face do advento das novas tecnologias da comunicação, serão tempos muito interessantes. Aguardemos ansiosamente, mas preparados para os "próximos combates".

2 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Melhor coisa que aconteceu no RS nos últimos anos foi a desestatização da CRT. Os pobres do RS agradecem, porque não tinham acesso ao importante serviço de telefonia. E tem gente que tem saudades daqueles tempos de monopólio estatal das telcomuicações. Tadinhos.

Alberto Bilac disse...

Caros do Blog, Leiam no blog Terra Goyazes, mais um capítulo da série A Idade das Trevas, inventário sobre o ruinoso período do tucanato no poder (1994-2002)! No ar e na rede o capítulo: O mito da eficiência da iniciativa privada, no endereço: http://terragoyazes.zip.net

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