segunda-feira, 12 de abril de 2010

Toda a liberdade que o dinheiro pode comprar


Novamente estarão reunidos em Porto Alegre, no autodenominado "Fórum da Liberdade", os adeptos mais extremistas do pensamento neoliberal. Avalistas do pensamento político e econômico que ocasionou uma das mais graves crises financeiras da história da humanidade, os discípulos dessa verdadeira seita não se constrangem de promover o velho receituário neoliberal. Em edições anteriores foram propaladas as maravilhas das privatizações, da desregulamentação do mercado financeiro, do fim da legislação trabalhista, dos benefícios do trabalho infantil, da dolarização da economia, do modelo Islandês, da adesão à ALCA, entre outras pérolas.
 
Nessa edição, o encontro neoliberal apresenta como arauto do democracia e da liberdade um dos articuladores do golpe de Estado que chegou a fechar o congresso da Venezuela em 2002. Trata-se do empresário venezuelano Marcel Granier, presidente da RCTV. Além disso, contará com a presença do autodefinido anarcocapitalista David Friedman. Espécie de talibã neoliberal, Friedman defende o fim de qualquer forma de governo, deixando a sociedade a mercê das chamadas regras do livre mercado (ou seria da barbárie?), sem falar do assíduo participante e ex-presidente FHC.

A palavra liberdade nesse Fórum assume um novo sentido, um significado altamente condicionado. A liberdade defendida é a liberdade do dinheiro, determinada pelo valor monetário de cada um. Nessa peculiar concepção os direitos dos indivíduos são limitados a possibilidade comprar a liberdade, e exercidos no limite de quanta liberdade o dinheiro de cada um alcance. A utopia desses senhores é permitir à ínfima minoria da população, detentora do capital, a possibilidade de fazer o que bem entender, independente das consequências aos demais, deixando a imensa maioria a opressão e desemparo de um mundo do salve-se quem puder.

Tudo sobre o olhar simpático e acrítico do oligopólio midiático regional e de patrocinadores muito significativos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Liberdade e Souza Cruz
Acho um dos maiores exemplos de falta de coerência e hipocrisia um evento que se diz “da Liberdade” ser patrocinado,entre outros,por uma indústria que fabrica algo que após “livremente” experimentado,provoca comprovadamente dependência
Da mesma forma a Souza Cruz anuncia na ZH num caderno de sustentabilidade Depois no caderno Vida o jornal alerta para os males do cigarro
Haja incoerencia e hipocrisia!!
Carla S Cugino

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