sábado, 10 de outubro de 2009

A estratégia da vitimização


Ontem a mídia oligolista regional divulgou que o deputado Raul Pont (PT) teria agredido a deputada tucana Zila Breitenbach, relatora do processo de impeachment da governadora YEDA. O fato teria ocorrido durante a sessão que analisou o relatório e decidiu pelo arquivamento do pedido.

Nada poderia ser mais oportuno para o governo tucano. A suposta agressão passou a pautar o debate midiático, encobrindo completamente os meandros da sessão que arquivou o processo de impeachment de YEDA. Como de praxe na mídia corporativa, pouco atenção se deu ao contraditório, pouco se falou sobre os procedimentos adotados na sessão ou se ouviu os argumentos da oposição.

Particularmente, ao ler a íntegra da nota de esclarecimento do deputado Raul Pont e conhecedor do "modus operandi" desse governo, antevejo a velha estratégia de vitimização para desviar o foco do debate. O verdadeiro vale tudo para evitar que venha ao conhecimento da opinião pública como a base governista atua no parlamento gaúcho.

Nota de Esclarecimento

Em decorrência da versão disseminada nos meios de comunicação sobre a sessão de votação da admissibilidade do pedido de impeachment da governadora, na noite de quinta-feira (8), esclareço que:

1- Não falei, não toquei, não fiz qualquer ameaça à relatora do processo, Zilá Breitenbach (PSDB) e nem "dei tapa" em microfone;

2- A versão disseminada pelo PSDB e pelos aliados da governadora Yeda Crusius não condiz com a realidade dos fatos e se configura numa tentativa desesperada de vitimizar, perante a opinião pública, os verdadeiros algozes do povo gaúcho;

3- A violência praticada durante a sessão partiu daqueles que, para atingir seu intento, rasgaram a Constituição, o Regimento Interno do parlamento e a legislação que estabelece o rito do processo;

4- Afronta à população foi o fato de o presidente da comissão especial ler o parecer do Procurador-Geral da Assembleia Legislativa e agir no sentido oposto, garantindo voto a um deputado sem representação na comissão, pois já mudara de partido, mas decisivo para aprovar a farsa. Sem ele, não haveria quorum – maioria absoluta – para assegurar o arquivamento do processo contra a governadora;

5- Desrespeito ao povo foi decisão do presidente e da relatora de ignorar o material sob sigilo, de não ouvir o MPF e os signatários do pedido de afastamento da governadora e de desconsiderar as reuniões subscritas por dez deputados para a realização de diligências. Ao invés disso, dedicaram-se à produção de um relatório chapa branca que encobre a verdade e envergonha o Rio Grande do Sul.

Deputado Raul Pont
Vice-líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa

Nenhum comentário:

Seguidores

Direito de Resposta do Brizola na Globo