terça-feira, 13 de outubro de 2009

Projeto do Ministro Jobim para os aeroportos desestrutura o sistema aeroviário nacional


As privatizações promovidas pelo governo tucano deixaram um rastro de estragos e prejuízos ao povo brasileiro. Nosso serviço de telefonia se tornou um dos mais caros e deficientes do mundo, a desorganização do setor energético produziu um apagão e levou as tarifas de energia as alturas. Neste aspecto, o problema tomou tal dimensão que motivou a abertura de uma CPI da energia na Câmara de Deputados para investigar as distorções e desvios do setor. Ainda sobre o setor elétrico, o professor da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), Luis Pinguelli, afirma que "o país vive um paradoxo energético. Nós pagamos tarifas mais caras do que em países desenvolvidos, mas consumimos energia que vem de hidroelétricas, sendo que essas são mais baratas do que as termelétricas utilizadas na maior parte dos países ricos”.

Recentemente, ainda, temos assistido cenas impressionantes de descaso, falta de investimentos e má-gestão no sistema de metro do Rio de Janeiro, onde a população é tratada como gado e duramente reprimida quando esboça qualquer reação. O metro também foi privatizado, embora nossa mídia corporativa sempre omita esse fato em seus noticiários.

Isso só para ficar nos exemplos mais conhecidos do fracasso das políticas neoliberais.

A ineficiência da gestão privada em todos esses setores tem reflexos diretos na competitividade da nossa economia e na qualidade de vida dos brasileiros, obrigados a pagar muito para manter oligopólios e monopólios privados sem nenhum controle social.

Mas o Ministro Nelson Jobim não aprendeu a lição. Saudoso do pensamento neoliberal dos tempos do tucanato, capitaneia todos os esforços para privatização dos aeroportos brasileiros. Jobim quer repetir no sistema aeroportuário a desestruturação promovida no setor elétrico. A grande maioria dos aeroportos administrados pela Infraero são sabidamente deficitários, sendo viabilizados pela ganhos de escala e lucros propiciados nos maiores aeroportos. Trata-se de um modelo inteligente que permitiu a criação da infraestrutura aeroportuária por visar o desenvolvimento do país e não apenas o lucro privado.

A iniciativa privada só deseja o filé da infraestrutura aeroportuária. Implantada a proposta de Jobim, haverá um aumento substancial das tarifas para bancar os prejuízos da rede que ficará a cargo do Estado. Assim, obviamente, a iniciativa privada obterá vultosos lucros as custas da patuléia. Em suma, o projeto criará a versão aeroportuária das nossas rodovias pedagiadas ou concedidas, como quer o ministro Jobim.

Como o ministro não desconhece essa situação, visa evitar a enorme rejeição popular às privatizações com uma camuflagem semântica. Como na novilíngua da obra "1984" de George Orwell, fala em concessão ao invés de privatização. Enfim, como já afirmamos neste blog, trata-se de um verdadeiro tucano infiltrado no governo Lula.

Somente um forte movimento de resistência popular, a denúncia desses fatos e o esclarecendo da população poderá evitar que sejamos novamente saqueados pela insaciável ganância dos promotores da privataria.

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