sexta-feira, 12 de junho de 2009

Nelson Jobim um neoliberal infiltrado

Segundo notícia veiculada pela Agência Brasil, o ministro da Defesa, Neolson Jobim voltou a defender a privatização de aeroportos à inicitiva privada. Jobim afirmou que, em julho, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) deve terminar a formatação dessas concessões, que incluem quatro aeroportos, entre eles, o de Viracopos, em Campinas (SP), e o do Galeão, no Rio.

Perguntado pela agência sobre qual seria a sua visão sobre a privatização dos aeroportos, jobim respondeu:
Primeiramente, vamos substituir o verbo. Quando falávamos de privatização no governo Fernando Henrique, isso significava vender ativos. Não vamos vender ativos, vamos fazer concessões de ativos. Não haverá privatização. O que se pensa é se fazer uma concessão de aeroportos para serem explorados pelo setor privado. Não se justifica investir dinheiro do contribuinte em um setor que, embora importante, não é usado nem por 10% da população. Em julho a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] termina a formatação das concessões. Algumas já são óbvias. Vamos ter que fazer a concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. A pista foi construída pelo Exército e nós temos que construir o terminal. Isso vai ser feito por meio de concessão. A modelagem está sendo definida pela Anac e pelo BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Estamos também fazendo uma modelagem geral, que seria uma forma geral de concessão para a concessão de Viracopos, para a construção do Aeroporto de São Paulo. E ainda tem a hipótese de concessão do Aeroporto do Galeão. Isso deverá ser feito neste ano. Primeiro temos que ver essa formatação, porque é complexa. Não é como concessão para construção de estradas. Mas eu acho que isso é importante porque se começa a tornar competitivo o setor.

A cada dia fica mais claro por que a mídia monopolista fez tanto esforço para alçar Nelson Jobim ao Ministério da Defesa. Trata-se de um tucano de alta plumagem no núcleo do governo Lula. Um tucano infiltrado. O esforço e insistência do ministro em tocar a pauta da privatização dos aeroportos é impressionante. Ciente da rejeição popular às privatizações, cria uma camuflagem semântica, a exemplo da Novilíngua da obra "1984" de George Orwell, fala em concessão ao invés de privatização.
A justificativa é a mesma dos anos dourados do pensamento neoliberal: criar competitividade. Nada mais ridículo e esdrúxulo, quando mais nesse setor. Ou alguém acha que o cliente poderá optar. Seria imaginar que o sujeito vendo que o aeroporto de Congolhas está com as tarifas muito elevadas vai descer em Brasília ou Belo Horizonte e aí pego um ônibus até São Paulo. Pura enrolação, pura enganação.
Além disso, a grande maioria dos aeroportos administrados pela Infraero são sabidamente deficitários, sendo viabilizados pela ganhos de escala e lucros propiciados nos maiores aeroportos. Como a iniciativa privada só deseja o filé da infraestrutura aeroportuária, sobrará para patuléia arcar com os recursos necessários a manutenção dessa rede. Sem falar que as tarifas dos aeroportos privatizados, a exemplo das experiências internacionais, deverão aumentar em muito. Ou seja, um jogo no qual o povo perderá em todos os lados graças a um ministro neoliberal de carteirinha em um governo excessivamente conciliador e vacilante.

3 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Os aeroportos são públicos e continuarão públicos. A União fará licitação para conceder à iniciativa privada a administração dos aeroportos. Isso não é privatização, mas concessão de serviço público para a iniciativa privada, mediante licitação aberta. Isso também não é agenda de "neoliberalismo". A imensa maioria dos aeroportos dos países socialmente desenvolvidos adotou esse mesmo regime de concessão. E os contratos administrativos a serem celebrados DEVEM impor ao licitante que fizer melhor proposta o dever de melhorar as estruturas, atendimento de público e obrigaçao de fazer investimento. Vamos parar com esse medíocre lenga lenga ideológico de achar que concessão de serviço público (que continua sendo público) é privatização...

João Batista disse...

Hum, hum, a gente já viu como funciona nas rodovias, onde o MPF e a CPI dos pedágios tornaram público a falta de controle, os estranhos gastos em publicidade e assessoria jurídica (leia-se beira da mídia e dos políticos aliados) e as altíssimas taxas de retorno. Um procurador disse que nem o tráfico de drogas era tão lucrativo quando as concessionárias de rodovia. Mas tem gente que ainda acredita.

Gaúcho missioneiro disse...

Não é lenga lenga ideológico, caro Maia, é posição ideológica clara e definida. Aliás, como é posição ideológica clara e definida os que defendem as concessões, PPP's ou o nome que desejarem dar as privatizações na lógica neoliberal.

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