quinta-feira, 4 de junho de 2009

Pressão e excesso de trabalho adoecem professor do ensino privado

A pressão exercida pelas direções das escolas, a falta de limite dos estudantes e o excesso de trabalho estão adoecendo o professor do ensino privado gaúcho. Pesquisa inédita feita pelo Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (DIESAT) com 1.680 profissionais de todo o estado mostra que 49% faz tratamento com medicamentos ou outros procedimentos.
Os remédios mais utilizados variam do estimulante, passando por tranquilizantes, antidepressivos e medicamentos para dormir. No entanto, os sinais das más condições de trabalho atingem mais de 78% dos professores, que relataram na pesquisa se sentirem esgotados nos últimos seis meses. Também apareceu dificuldade de concentração, perda de memória, estresse, ansiedade e até mesmo dores físicas.

O coordenador-geral da Federação do Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino Privado do estado (Feet/RS), Cassio Bessa, se diz surpreendido com o resultado da pesquisa porque é a primeira vez que se consegue quantificar as más condições de trabalho.
"Hoje, o acúmulo de trabalho extraclasse, a pressão que se sofre na escola particular para aprovar e não perder aluno, a própria questão da falta de limite e da indisciplina dos alunos, todas essas questões, somadas com a pressão do trabalho, tem gerado um adoecimento cada vez maior dos professores", argumenta.

Dos professores entrevistados, 33% afirmaram sofrer assédio moral dos estudantes. Já a pressão é liderada pelos chefes superiores em 35% dos profissionais consultados.

O excesso de trabalho também ficou evidente na pesquisa. Setenta por cento dos professores afirmam que freqüentemente realizam atividades fora da jornada. A expansão da internet e dos serviços de educação prestrados pela web, como o ensino à distância, é um dos fatores que contribuíram no aumento do trabalho, principalmente no ensino superior. Informações da Agência de Notícias Chasque.

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