Uma questão de justiça histórica

Hoje, dia 06 de junho, se comemora o 65º aniversário do desembarque aliado na região francesa da Normandia, o chamado "Dia D", ocorrido em 06 de junho de 1994. O cinema hollywoodiano, os anos de propaganda americana e a mídia aliada dos EUA buscam reescrever a história e atribuir a esse episódio o papel de "marco" na derrota nazista na Segunda Guerra Mundial. O objetivo é apresentar os EUA como o principal responsável pela derrota do nazi-fascismo e trabalhar sua imagem de defensor da liberdade. Pura falsidade histórica.

A batalha decisiva para derrota da nazi-fascismo na Europa ocorreu no Leste, em Stalingrado, entre julho de 1942 e fevereiro de 1943, quando o 6º exército da Wehrmacht foi derrotado pelo exército vermelho numa batalha que custou entre 1,7 a 2 milhões de baixas de ambos os lados. A partir de então as forças nazistas foram obrigadas a recuar fustigadas pelo exército soviético e pelos diversos movimentos de resistência guerrilheiros atuantes atrás de suas linhas. A resistência ao nazismo nos diversos países era formada majoritariamente por socialistas e comunistas, os quais, por sinal, foram os primeiros a inaugurar os campos de extermínio nazistas.

Durante esse período, por diversas vezes, a União Soviética solicitou inutilmente aos EUA a abertura do segundo front no oeste a fim de aliviar a pressão que sofria.

O desembarque dos EUA não ocorreu para derrotar o nazismo, mas para evitar que o avanço soviético resultasse no domínio sobre toda a Europa. A elite das tropas alemãs se encontrava no front leste, restando para combater os EUA tropas formadas por homens de idade avançada, combatentes feridos no front leste, novatos e tropas de 2ª linha, em geral.

O inimigo nazista era a União Soviética e não os EUA. Ilustrativo desse fato é a desesperada fuga dos oficiais nazistas, diante da derrota iminente para os soviéticos, para se entregar às tropas americanas, com foi bem retratado pelo filme "A Queda".

A foto acima (tomada do Reichstag, símbolo da capitulação da Alemanha nazi) diz muito sobre o resgate da verdade histórica. A tomada de Berlim foi realizada pelos soviéticos, que tiveram seu País parcialmente destruído e perderam aproximadamente 20 milhões de compatriotas durante a Segunda Guerra Mundial (1/3 do total de mortos no conflito).

A enorme dívida da humanidade para com esses homens e mulheres, que deram a sua vida para derrotar a monstruosidade do nazi-fascismo, não pode permitir que tal feito seja indevidamente usurpado em benefício das políticas imperiais do governo americano.