A página virtual do Estado de São Paulo publicou reportagem que trata da participação do Estado nas grandes empresas brasileiras. A matéria logo foi utilizada de insumo para diversos editoriais, comentários e conjecturas de outros veículos da nossa mídia corporativa. Militante saudosa do projeto neoliberal, a mídia ologopolista imediatamente associou o assunto a manchetes do estilo "retrocesso estatizante", "viés estatizante" e outros que sugerem uma ameaça ao capitalismo.
Ignoram, propositalmente, que o Estado é e foi fundamental na indução do desenvolvimento econômico capitalista em todas as grandes economias do mundo. E essa é, portanto, uma questão essencialmente capitalista. Apesar disso, procuram vender a idéia que esse é um debate de entre socialismo versus capitalismo. Nada mais falso.
Poderíamos perguntar: qual dentre as principais economias do mundo tem um Estado fraco que não planeja e intervém na economia? Os Estados Unidos que recentemente estatizou a GM e possui gastos militares gigantescos com objetivo, dentre outros é claro, de promover sua economia? A Europa? A China? Certamente não. Somente há estados fracos em países do terceiro mundo, com baixissímo desenvolvimento econômico e social.
Essa manobra procura esconder o verdadeiro debate. Um debate entre projetos que, de forma alguma, ultrapassam o sistema capitalista de produção. O debate entre os que acreditam no potencial da economia brasileira e os que defendem uma inserção subordinada na economia internacional. Um debate entre os que acreditam na necessidade de um projeto industrial de desenvolvimento e os que defendem a suposta vocação primário-exportadora do Brasil.
Um comentário:
Mas "eles" ganham muito destruindo o Estado, que só deve ntervir quando seus "experimentos" liberais fracassarem. Em seu socorro, obviamente.
Canalhas.
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