quarta-feira, 9 de junho de 2010

Para oligopólio midiático crescimento econômico é um problema

Talvez a frase do dia pudesse ser "nunca antes na história desse país (ou até do mundo) o crescimento da econonomia foi visto como um problema". Mas, nos veículos do oligopólio midiático nacional, o elevado crescimento da economia brasileira (o maior desde 1996) é tratada mais como problema do que motivo de comemoração. 

Com o auxílio dos economistas neoliberais do mercado financeiro (da mesma escola de pensamento que originou a atual crise econômica mundial e que produziu as políticas que deixaram a economia brasileira paralisada por mais de uma década), a pauta do oligopólio midiático são os problemas do crescimento (infraestrutura, mão-de-obra, inflação). Com esse time e essas ideias a China continuaria um país subdesenvolvimento, de economia basicamente agrária.  

Não se nega que crescer gera desafios, mas bons desafios. É muito melhor lidar com a necessidade de qualificar mão-de-obra do que com o desemprego crescente que marcou o Brasil na década de 90. Naquele período, por exemplo, a mídia tratava essa mazela social como algo "estrutural" e irreversível no nosso tempo, um fenômeno natural do desenvolvimento tecnológico das forças produtivas.

Na verdade, esse enfoque é fruto do vale tudo para fazer oposição política ao governo nas próximas eleições e, de carona, justificar o aumento da taxa de juros na próxima reunião do COPOM. Uma santa aliança dos setores conservadores com o sistema financeiro para frear o desenvolvimento, assegurando a alegria dos  rentista com a manutenção do Brasil como campeão da maior taxa de juros do planeta.

Um comentário:

Breton disse...

Crescimento não é necessariamente bom. E essa constatação não é privilégio da direita. Não são só problemas "estruturais" relacionados à expansão do capital que o crscimento pode causar (mão de obra, infra, etc..). Pode causar também concentração de renda, de meios de produção, problemas ambientais, entre outros. Não esqueçamos que no capitalismo crescimento tem relação quase direta com acumulação (unidade), concentração (entre capitais) e centralização (dinâmica espacial). Temos que ver em que sentido esses vetores estão indo. Por ai conseguimos entender as razões e a direção desse crescimento. Pode ser bom? Pode. Pode ser péssimo? Também. O que não dá é para fazer análise superficial, tanto de um lado como pro outro.

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