terça-feira, 11 de agosto de 2009

Estamos à beira de um novo pacto no Rio Grande?


Novamente o Diário Gauche acerta na mosca.


Os dilemas da direita guasca

O conservadorismo do Rio Grande do Sul que apostou com todas as forças e com todos os meios na candidatura igualmente conservadora de YRC hoje se encontra numa espécie de torpor cívico. A derrota moral que o abate, pode custar-lhe a hegemonia política, precariamente conquistada nas urnas e consumida de forma sôfrega pelo grupo que o representa no Piratini (foto).

Para o conservadorismo sulino existem três grandes problemas a serem resolvidos, em curtíssimo prazo:

1. O que fazer com a senhora governadora, uma vez que ela continua no cargo, por decisão correta (a meu juízo) da magistrada Simone Fortes, de Santa Maria.

2. Que papel cabe ao PMDB, e ao seu líder regional Pedro Simon, nessa conjuntura em que a metade dos seus quadros representativos pode estar comprometido em mais denúncias e mais escândalos de corrupção pública.

3. Como definir candidaturas – ou pelo menos uma candidatura estável – nesse mar revolto e perigoso onde muitos podem perecer e sumir no largo ralo de crime & castigo.

Tem mais. Que papel cumprirá a RBS nesse quadro absolutamente instável e ameaçador para os que apostaram no antipetismo da solução tucana no Estado? A empresa midiática é hegemônica não só no seu segmento negocial, mas exerceu liderança igualmente em todas as equações de poder havidas no RS, pelo menos desde o advento da democracia representativa formal, ainda na administração Jair Soares, com um breve interregno de quatro anos do governo Olívio Dutra.

Isto posto, não é de se descartar a chance de haver uma aproximação entre a empresa midiática e o pré-candidato petista Tarso Genro, expresso como um pacto político regional, onde ambos firmam um acordo informal de ganha-ganha.

O Rio Grande do Sul tem vários exemplos destes pactos, muitos deles realizados em conjunturas locais cruentas ou nacionais cruciais (1893, 1923, 1930, 1961), e que resultaram em soluções pelo alto (menos 1961) com razoável sucesso (para os pactuantes, é bom que se frise).

Observa-se que do lado do lulismo de resultados há predisposição para esse fim. Afinal, é um mecanismo político-eleitoral que pode garantir praticamente palanque único para a candidata lulista no Estado, deixando a candidatura serrista com margens eleitorais muito estreitas no Sul, quase residuais.

Neste caso, como em tantos outros, igualmente é preciso “combinar com os russos” - como insistia Garrincha.

Mas quem são os russos? - perguntará alguém.

Os “russos” são o que sobrou da militância do PT, aquela que ainda guarda uma bandeira vermelha, já desbotada e comida pelas traças, e eventualmente vai para uma esquina agitá-la mudamente. Mas dessa categoria de russos, hoje, sobram poucos.

Um comentário:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu só encontro Russos na Blogosfera. Talvez eles sejam suficiente para encher uma sala de cinema.
O Rs em 2.010 estará novamente dividido: de um lado Tarso, com os de sempre PSB, Pc do B e de outro o Fogaça com o PDT (com Fortunatti na Prefeitura), PP, PPS, PSDB, PTB. E acho que vai dar Fogaça, apesar de fazer um governo pífio e medroso. Governador do Rio Grande não pode ser medroso. Tem que fazer.

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