quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Com o tempo contado

O avanço das investigações, a abertura de novos processos e o indiciamento de membros do governo tem tornado o ambiente no Palácio Piratini ainda mais tenso. O raciocínio da base de apoio ao governo Yeda é simples. As investigações e os processos em andamento tornam bastante provável que, em breve, surjam as primeiras condenações judiciais. A desagregação dos envolvidos reforça o sentimento de salve-se quem puder reinante, facilitando em muito novas delações premiadas e revelações elucidativas sobre os fatos investigados.

A própria estabilidade emocial da governadora começa e ser posta em dúvida e causar preocupações aos seus aliados. O alívio causado pelo cancelamento do seu testemunho na Justiça Federal de Santa Maria é um pouco decorrente dessa razão. Além disso, ao declarar que "não cairá sozinha" a governadora mandou um claro recado ao seu principal aliado, o PMDB. O partido liderado pelo governador Pedro Simon sabe o quanto pode ser arrastado pela atual crise política.

A crise desarticula cada dia mais as forças conservadoras do Estado e o tempo só deve agravar essa tendência. Como em política não existe vácuo, a questão passa ser "que tipo de arranjo política substituirá o acaso do projeto tucano?"

3 comentários:

claudia cardoso disse...

Boa coletânea de fotos no blog!

Anônimo disse...

Acho que veremos o seguinte anúncio publicado em ZH, e pago pela FEDERASUL e FIERGS: procuram-se políticos conservadores, jovens, de boa aparência para gerir chácara dos "Amigos" em Porto Alegre. Obrigatório currículo e atestado de bons antecedentes.
Um que tá se criando é o Fetter de Pelotas. Olho nele.
De minha parte é o que os antigos já diziam: primeiro derrota-se os entreguistas, os traidores vendidos, depois vem a faxina.
A corrupção lembra a erva de passarinho. Se não ficar tirando, toma conta da árvore. E sempre dá em árvore, sempre dá em governo, não importa o partido.
O PT não sofre disso, porque os adversários sempre souberam tirar as ervas que apareciam ou calar sobre as pré-existentes.
Mas no PMDB, PP e PSDB, DEM e PDT tem demais porque já é quase simbiose sistêmica.
Discussão ideológica só com a casa livre de ratos. O segredo dessa etapa talvez seja procurar a gente honesta da direita e propor salvo-conduto e imunidade caso nos ajudem na faxina. (Tem alguém assim aí no TCE, MPE e no TJ?)
E ratos tem em todo lugar, onde existe riqueza para ser disputada eles aparecem: Fala aí Liderança !
É necessário, ao menos taticamente, separar a conduta antiética da opção ideológica, lançar o discurso de que "corrupto migra junto com o poder", e que "vimos isso com as lideranças saindo da ARENA, indo para o PMDB e para o PSDB" (não riam, façam de conta !) e que se está só limpando as cracas que ficaram encruadas desde a ditadura.
E também lançar o discurso de que "corrupção deve ser manejada sempre", como uma tarefa periodica de manutenção social, como pintar a parede do prédio, cortar grama, aparar as unhas.
Desvincular a corrupção das perspectivas eleitorais, do plano político, respeitar e tentar socorrer as legendas e os adversários atingidas por essa "erva de passarinho" que hoje sufocam a vida partidária gaúcha.
Isso seria o ideal. Dividir para conquistar.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Interessante, o post fala em forças conservadoras. Mas de que lado estão as forças conservadoras? Os verdadeiros conservadores são aqueles que não querem mudar, que querem deixar o Estado do RS como está. Exemplo vivo de uma verdadeira conservadora, de uma grande reacionária é a presidente do CPERS que não admite sequer discutir um Plano de CArgos e Salários do ano de 1974 que engessa a necessária relação de gestão que deve haver entre administração pública e professores. Claro, ela que nunca entrou numa sala de aula, lucra com o modelo atual de status quo.

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