segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A guerra fria como último recurso

A corrupção não possui ideologia ou é exclusividade de alguma agremiação partidária. É justamente essa realidade que os usurpadores do patrimônio público buscam negar como estratégia de defesa.
Nos últimos acontecimentos aqui no Estado, a exemplo de outros episódios, os principais acusados buscam desesperadamente dar uma conotação de disputa política a acontecimentos essencialmente de ordem criminal. O objetivo imediato é assegurar alguma coesão na sua base de sustentação e confundir a opinião pública ainda condicionada ao pensamento maniqueísta e dual propagandeado durante a guerra fria.
Por isso, instituições essencialmente republicanas como o Ministério Público e a Polícia Federal são atacadas e seus agentes, de exemplar conduta profissional, tratados como subversivos infiltrados no aparelho do Estado para promover perseguições políticas com objetivos insinuadamente "revolucionários". É o discurso do "nós" contra "eles", baseado na idéia de que "se formos" derrotados "eles" assumirão o poder. Por isso, "por pior que tenhamos feitos vocês tem que nos apoiar".
Esquecem, propositalmente, que muitas provas que embasaram a denúncia partiram de membros do próprio governo.
Esse simplificação é especialmente danosa para sociedade. O debate de projetos políticos nada tem haver com praticas criminosas. Estas tem que ser inequivocamente condenadas por todos. Aqueles que, por questões de ordem ideológica, desconsideram crimes contra a sociedade atentam contra o Estado democrático e o fortalecimento de nossos mais nobres instituições. Ingenuamente, fortalecem arranjos políticos de grupos que articulam projetos para enfraquecer a independência e poder de atuação desses órgãos, os quais nos últimos anos tanto têm orgulhado os brasileiros. Grupos saudosos dos tempos que polícia e justiça criminal eram exclusividade dos "pobres e mal nascidos".

Um comentário:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Concordo, picaretagem não tem ideologia. A petição inicial e suas absurdas 1239 páginas já está na web. Não existe nenhuma prova direta, cabal, conclusiva e significativa contra Yeda. Existem ilações e nada mais do que ilações. Será que dá para levar a sério, por exemplo, a gravação de Lair e Marcelo Cavalcante ? Parece que é essa a prova cabal contra Yeda. Não há, pelo que dizem, nenhuma gravação, nenhum documento, nada contra a governadora, apenas conversas manipuladamente gravadas por pessoas que tinham ressentimento contra Yeda, porque foi no governo dela que Lair foi tirado do esquema de picaretagem.

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