domingo, 29 de março de 2009

A mentira a serviço do Império

Divulgamos, abaixo, artigo do líder cubano Fidel Castro sobre as recentes notícias de alterações na estrutura governamental promovidas pelo atual presidente do Conselho de Estado cubano, Raul Castro. Embora a mídia monopolista tenha interesse obsessivo nos assuntos referentes a ilha caribenha, reproduzindo versões preconceituosas quase cotidianamente, quase nunca é publicado qualquer contraponto com a visão ou os pensamentos dos dirigentes cubanos. Com a palavra o comandante:

A reuters encabeçou, ontem, a lista das agências internacionais de notícias que apresentam Pedro Miret e Osmany Cienfuegos como figuras históricas destituídas por Raúl Castro. A segue a EFE, que textualmente afirma: "foram destituídos da vice-presidências do Conselho de Ministros no último dia dois de março". O pretexto para essa intriga, amplamente divulgada no mundo, foi a publicação, na Gazeta Oficial, no dia 24 de março, do decreto sobre a reestruturação do Conselho de Ministros do Governo de Cuba, aprovado dia dois deste mês. Pedro Miret é um magnífico companheiro, com grandes méritos históricos, que todos respeitamos, e por ele sinto grande afeto. Faz vários anos que, por razões de saúde, ele não pode ocupar cargo algum. A lenta instalação de sua enfermidade deu lugar à queda progressiva de sua atividade política. Não é justo apresentá-lo como um destituído, sem consideração alguma. Osmany Cienfuegos, irmão de Camilo, realizou importantes tarefas, não só como vice-presidente, mas também como membro do partido ou cumprindo instruções minhas quando eu era Comandante em Chefe. Foi sempre, e é, revolucionário. Suas funções foram cessando progressivamente, desde muito antes de eu adoecer. Já não exercia o cargo de vice-presidente do Conselho de Ministros. O companheiro Raúl Castro, presidente do Conselho de Estado, não tem responsabilidade alguma nisto. Se tratava, em ambos os casos, de trâmites simplesmente legais. Reuters e EFE são duas das agências ocidentais mais próximas à política imperialista dos Estados Unidos. A segunda, às vezes, se comporta pior, ainda que seja muito menos importante que a primeira. Fazendo uso de uma técnica habitual, EFE toma as palavras de Joaquín Roy, diretor do European Union Center, de Miami, para publicar em outra notícia do dia 24 de março, o seguinte: "Se tem redescoberto a Espanha como país chave em certas regiões do mundo de interesse dos Estados Unidos, como a América Latina e, em particular, em dois países: Cuba e Venezuela". De imediado, EFE acrescenta: "O estudioso considerou que o maior interesse dos Estados Unidos, mais que pressionar pela abertura, as mudanças, etcétera, é a estabilidade na ilha."Há vários anos, explicou, os estudos das agências de segurança estadunidenses não assinalam Cuba como uma ameaça militar, mas permanecem atentos ao desenvolvimento das mudanças, para evitar que as eventuais fricções internas possam desestabilizar a região"."Aos EUA não interessa que o resultado da abertura seja uma Guerra Civil em Cuba". A União Européia e a Espanha, segundo Roy, não têm problemas em trabalhar junto com os Estados Unidos porém, com 'cautela', para que não se dê a entender ou Cuba os acuse de seguirem a cartilha de Washington. Mais claro nem a água: as idéias do velho império espanhol de muletas, tratando de ajudar ao corrupto, cambaleante e genocida império ianque. Nada aprendeu a superpotência dos Estados Unidos e a minipotência espanhola da heróica resistência de Cuba ao largo de mais de meio século.
Fidel Castro Ruz 25 de Março de 2009

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