Apolônio de Carvalho foi reconhecido publicamente como um herói na Espanha, onde lutou com as forças republicanas contra o golpe fascista de Franco entre 1937 e 1939, e na França onde lutou com a resistência francesa contra o nazismo chegando ao posto de coronel. No Brasil a proposta de promoção do militar cassado à general-de-brigada, defendida pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, causou mal-estar no governo e não conseguiu romper a resistência dos setores militares defensores do golpe de 64.
Apolônio militou ativamente nos movimentos de resistência a ditadura militar, foi preso, torturado e exilado. A participação na fundação do PT e a grandeza da sua trajetória política não foram suficientes para encorajar o governo Lula a bancar a justa proposta do ex-ministro da Justiça. Sem promover o tão necessário debate sobre os temas em aberto do período da ditadura militar, o Brasil vai na contra-mão dos seus vizinhos. Uruguai e Argentina tem tomado diversas medidas para passar a limpo seu passado, reforçando os valores democráticos e humanitários em detrimento do obscurantismo e do autoritarismo.
Os valores que faltaram ao governo Lula sobravam em Apolônio que antes de falecer, em 2005, certamente preocupado com a popularidade do governo naquele momento, afirmou que "não desejava a polêmica e que nunca pediu a promoção".
Na foto Apolônio de Carvalho, sua esposa Renée e o atual Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
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