quinta-feira, 19 de março de 2009

O Tio Sam precisa do seu dinheiro

O Brasil ocupa a quinta posição no ranking dos financiadores dos EUA, com US$ 133,5 bilhões em títulos do governo americano. A primeira posição é ocupada pela China com US$ 739,6 bilhões, seguida do Japão US$ 634,8 bilhões; pelos países exportadores de petróleo US$ 186, 3 bilhões e pelos paraísos fiscais do Caribe US$ 176,6 bilhões, num total de US$ 3,072 trilhões em títulos públicos em mãos de estrangeiros.
O nosso país, portanto, fornece uma das maiores ajudas ao financiamento do gigantesco déficit fiscal do Tio Sam. O sistema tem funcionado mais ou menos assim: os países que possuem reservas internacionais aplicam em títulos do governo americano em razão da sua segurança e credibilidade, permitindo que o governo americano venha financiando durante anos uma consumo muito acima da sua capacidade de produção. Ocorre que a combalida economia americana começa a despertar desconfiança dos agentes econômicos que já não demonstram entusiasmo em bancar os excessivos gastos do governo dos EUA. O dólar perde força como a moeda de reserva de valor e o mundo está a cada dia mais multipolar. O reforço dessa tendência retirará cada vez mais força política e econômica do governo americano intensificando o processo. Vejamos assim: quanto mais dificuldade para financiar seus gastos, principalmente os militares, menor será a capacidade de influência dos EUA no mundo, enfraquecendo uma das razões fundamentais para se investir em títulos do tesouro americano. O primeiro ministro chinês, Wen Jiabao, já sinalizou preocupação com essa situação motivando um pronunciando do Departamento de Estado dos EUA de que "Não há investimento mais seguro do que os feitos nos Estados Unidos". Para desgraça do Tio Sam, ao que parece, os demais países começam a discordar e encontrar muitos outros locais e oportunidades de investimento que não estão sob a sua tutela.

Nenhum comentário:

Seguidores

Direito de Resposta do Brizola na Globo