quinta-feira, 19 de março de 2009

Privatização dos Presídios: A criminalidade agradece

Já a algum tempo se descobriu no Brasil que misturar o público com o privado é uma ótima forma de ganhar dinheiro fácil. O aperfeiçoamento do controle e fiscalização sobre a Administração Pública no Brasil dificultou em muito a operação de grandes esquemas de corrupção. Pois bem, as grandes negociatas passaram a operar nas relações entre o poder público e o privado. A privataria promovida pelo governo tucano de FHC foi a época dourada desse pessoal, vide as telecomunicações, uma das vertentes das investigações que envolvem o banqueiro Daniel Dantas.
Dominando setores da economia fortemente concentrados ou concessões de serviços públicos, a exemplo das rodovias pedagiadas, ficou fácil obter lucros exorbitantes diante de um mercado cativo e instrumentos de fiscalização e regulação concebidos deliberadamente para não funcionar em defesa do interesse público, mas apenas como mecanismos de legitimação dos privilégios das próprias empresas.
Agora o tucanato gaúcho volta a carga defendendo a privatização dos presídios no RS. A julgar pelas demais experiências será a festa do crime organizado. Quem sabe alguma facção criminosa não se habilite para administrar diretamente os presídios. Sem a presença direta do poder público nessas instituições, sabidas as falhas e vícios dos mecanismos de fiscalização e regulação, só Deus sabe o que poderá acontecer e a que custo social e financeiro. Só para exemplificar, uma carteira de motorista custava algumas vezes menos quando concedida diretamente pelo DETRAN, hoje é seguramente uma das mais caras do mundo, os pedágios idem, especialmente quando comparados aos pedágios comunitários.
Como diz o gaúcho, cachorro ovelheiro só matando.

Um comentário:

Rendados d'adua doce disse...

Concordo contigo.A idéia de "americanizar" nossas cadeias não trará solução para a criminalidade. Crime se previne com educação, desenvolvimento e distribuião de renda, coisas que os neoliberais não toleram nem ouvir falar.

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