quarta-feira, 10 de junho de 2009

De Antônio Brito à Yeda Crusius: o que mudou no RS?

O governo Yeda Crusius (PSDB) é protagonizado pelas mesmas forças políticas que sustentaram o governo Antônio Britto (ex-PMDB). Nesse sentido é a continuidade de um mesmo projeto. Na modesta opinião desse blogueiro, o governo Britto foi muito mais nocivo e marcado por episódios muito mais questionáveis política e eticamente do que o governo Yeda. Contudo, enquanto Britto chegou a disputar a reeleição, o governo tucano dá claros sinais de ter terminado sem ter chegado ao fim.
Mas o que mudou no Rio Grande nesse período para explicar o aumento da rejeição a esse projeto político. Arriscaremos, de modo simplificado, alguns palpites.

As instituições republicanas (Ministério Público, Polícia Federal, Poder Judiciário, etc) se consolidaram e fortaleceram com o amadurecimento da democracia, restando muito mais instrumentalizadas para combater os abusos e desvios de finalidade dos governantes, em que pese todas as sabidas dificuldades;

O neoliberalismo e o discurso estilo guerra fria (direita x esquerda) não hegemonizam da mesma forma a base de sustentação desses governos, bem como não encontram o mesmo espaço no imaginário da população gaúcha;

A blindagem midiática não consegue mais encobrir os fatos a contento, principalmente em razão do advento das novas tecnologias de comunicação. O oligopólio midiático regional passou a sofrer forte desgaste pelos constantes "furos" e leituras alternativas produzidas especialmente pela blogosfera, fomentando a consciência e a organização popular;

A soma desses fatores explica, em parte, a forte rejeição e reação ao governo Yeda. Fato ainda mais notável frente ao enfraquecimento e atuação prá lá de tímida da oposição partidária.

Enfim, a democracia avançou e está muito mais difícil manipular e controlar a vontade da população, defender interesses individuais como se fossem públicos e lucrar com isso.

4 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Isso não acontece apenas no RS, o controle social sobre os atos do Estado ocorre em qualquer lugar onde tenha o mínimo de vivência democrática. E isso é ótimo. O que não pode acontecer -- e isso ocorre no RS -- é a tentativa de quem perdeu a eleição querer impor sua derrotada agenda no grito. Por exemplo, o governo Yeda foi eleito com o discurso de choque de gestão. Esse discurso foi vencedor porque efetivamente o Estado do Rs tem que se transformar num estado moderno, transparente e que efetivamente funcione. Mas o governo Yeda não tem conseguindo mudar a gestão na educação, por exemplo, porque esbarra num PCS de 1974 que o CPERS não admite nem conversar, muito menos discutir, a sua mudança. E a direção do CPERS, como todo mundo sabe, integra as forças políticas que perderam a eleição. Democrácia, transparência é ótimo, mas também é muito bom o respeito ao resultado das urnas e ao projeto vitorioso.

Anônimo disse...

Cara tua ainda não te deu conta que o governo da Yeda é corrupto e quadrilheiro.

Chatonildo disse...

Ruim, muito ruim o post.

Pacato Cidadão disse...

Basicamente é a esquerda utilizando o discurso de direita e desconstruindo a luta de classes, as diferenças de visões sociais de mundo. Afinal, não somos todos cidadãos? Com diria Milton Leite: Que beleza!

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