Nos últimos anos, a Aracruz investiu alguns milhões de reais em publicidade no Rio Grande do Sul prometendo empregos, investimentos e desenvolvimento. Os investimentos midiáticos da papeleira incluíram anúncios em jornais, rádios, televisões, sites e blogs, além de vários “projetos culturais” que comprovariam a responsabilidade social da empresa. Pois não é que a Aracruz desapareceu do mapa. Quem digita o antigo endereço da empresa (aracruz.com.br) cai direto na página da Fíbria, grupo resultante da fusão entre a Aracruz e a Votorantim. Nesta terça-feira, o jornal ZH publica uma curta e lacônica nota anunciando que o presidente da empresa virá ao Estado para “se despedir dos gaúchos e da governadora Yeda Crusius”. A unidade da Aracruz em Guaíba foi vendida por US$ 1 bilhão para a chilena CMPC.
No dia 15 de abril de 2008, a governadora Yeda Crusius anunciou, com pompa e circunstância, um investimento de R$ 4,9 bilhões da Aracruz para a ampliação da unidade de Guaíba. “Se inicia hoje um novo ciclo de desenvolvimento no Rio Grande do Sul. Acabou a fase da Metade Sul como uma região problema. O empreendimento é uma GM e meia”, disse, então, a governadora. Contagiado pela mesma euforia, o diretor-presidente da empresa, Carlos Aguiar, prometeu: “É o maior investimento privado feito neste Estado em qualquer tempo”.
A “uma GM e meia” virou pó.A Aracruz, cabe lembrar, teve um prejuízo de aproximadamente US$ 2 bilhões em virtude de operações especulativas desastradas no mercado financeiro.
Os projetos de expansão da Aracruz e de outras empresas de celulose no RS, lembre-se também, justificaram o atropelo e o desmonte da legislação ambiental no Estado. A empresa chilena herdará “as licenças e autorizações para a expansão da fábrica de celulose”. E os meios de comunicação ganharão dinheiro mais uma vez com os anúncios publicitários dos novos proprietários da fábrica que prometerão “investimentos inéditos” no Estado e “novos ciclos de desenvolvimento”.
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