sexta-feira, 24 de abril de 2009

De verde só a propaganda


Reportagem jura que plástico verde será absorvido pela demanda por produtos biodegradáveis, contudo afirma que o mesmo não se enquadra nessa categoria!

A edição de 22/04 do jornal ZéAgá publica uma matéria sobre a mais nova coqueluche do empresariado pós-moderno Gaúcho, o "plástico verde". Para o jornal, trata-se de uma "revolução verde" - no bom sentido! -, uma inovação que trará grandes benefícios ambientais. Entretanto, ao analisarmos o conteúdo da matéria, fica claro que de verde o tal plástico não tem nada, ou quase nada, a não ser, quem sabe, a coloração.

Segundo a própria reportagem, apesar do claro conteúdo propagandístico, o plástico verde NÃO É BIODEGRADÁVEL, e mantém praticamente as mesmas características de seu similar, produzido com base no petróleo. Então, é de se perguntar qual de fato é o benefício advindo dessa produção, visto que estimularia ainda mais a expansão da monocultura da cana-de-açúcar, comprometendo terras aráveis que poderiam produzir alimentos, concentrando ainda mais a estrutura fundiária brasileira, e em razão da limitação material das terras, iludindo a população de que o nosso padrão de consumo pode ser "sustentável", bastando para isso encontrar uma fonte renovável de matéria-prima.

Ou seja, assim como o tão propagado biocombustível, o "plástico verde" é alternativa apenas para o bolso de certos "heróis empreendedores", pois as benesses advindas da emissão de gases menos poluentes na queima (aliás, alguém vai propor a queima de plástico?), ou da absorção dos mesmos pela cana (pelo visto ou é cana ou deserto...) são facilmente compensadas pelos malefícios da monocultura predatória, a verdadeira, única, e destrutiva "revolução verde"...

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