quinta-feira, 9 de abril de 2009

E a ALCA?

Os grandes meios de comunicação brasileiros tem memória seletiva, esquecem propositalmente o que lhes interessa. Com a eclosão da crise internacional do capitalismo não há qualquer referência ao projeto dos EUA de implantar a Área de Livre Comércio das Américas - ALCA. Importante lembrar que a imprensa brasileira era defensora ferrenha da ALCA quando da sucessão de FHC. Naquela época a ALCA era apresentada pela mídia monopolista nacional como sinônimo de modernidade e oportunidade de crescimento. O candidato tucano, José Serra, apostava na ALCA, defendendo que um maior alinhamento com os EUA traria muitos benefícios ao país, como teria ocorrido com o México quando da assinatura do NAFTA. Lula era sistematicamente atacado por sua posição contrário à subordinação do país aos EUA através ALCA.
Essa disputa continuou nos primeiros anos do governo Lula. O governo apostava nas relações multilaterais para tornar o Brasil menos dependente dos EUA, diversificando os mercados de atuação do Brasil e aumentando as exportações principalmente para os países em desenvolvimento como China, Índia, África e países Árabes. Enquanto isso, a imprensa nacional atacava as viagens do presidente para promover aproximação comercial com o país, apresentando-as como viagens de turismo, e lamentava as "oportunidades" perdidas com a negação da ALCA.
Como se diz "o tempo é o senhor da razão". Os desastrosos efeitos da crise americana no México em razão da sua extrema dependência aos EUA e a face da crise financeira mundial tornaram inquestionável o acerto da política do governo Lula ao construir alternativas à ALCA. Caberia à mídia fazer autocrítica e questionar aos seus antigos defensores, especialmente ao candidato à presidência tucano José Serra, qual sua atual avaliação sobre esses fatos. Esperemos sentados de preferência por essa atitude.

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