Em suas últimas edições o Diário do grupo RBS vem tratando dos cartéis formados para combinar os preços dos combustíveis no Estado. A reportagem aborda o tema como um simples caso de polícia, resultado da ação de maus empresários. Conforme já postamos nesse blog sob o título A mão invisível III - os combustíveis, na terça-feira, 17 de março de 2009, esse é mais um resultado "da ação da famosa "mão invisível" do mercado. Apenas mais um, talvez o mais flagrante mas certamente não o maior, de inúmeros conluios e abusos cometidos pelo poder econômico contra a população diariamente. Sobre essas situações nossos especialistas econômicos neoliberais, pregadores das maravilhas da livre concorrência, não se pronunciam. Preferem continuar a defender a inexistência de regulação pública para os outros e a máxima proteção para si mesmos e seus interesses. E tem gente que ainda acredita sinceramente nessa balela."
Pois bem, como em muitos outros temas, o jornalismo do grupo RBS é superficial, não busca esclarecer as causas, as razões estruturais que permitem o surgimento desses males. As matérias recorrem sempre a naturalização e a responsabilidade individual pelas mazelas. Essa atitude é coerente com a linha política e ideológica do grupo, pois caso contrário seria necessário desmistificar as "virtudes do mercado" e do receituário neoliberal.
Afinal, como o neoliberalimos iria explicar esses abusos num mercado com tantos agentes e com poucas barreiras à entrada? O que não aconteceria em setores com poucos agentes econômicos atuando e com altos custos para entrada, como as telecomunicações?
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