Pela dinâmica do segundo mandato presidencial não se vislumbra nenhuma mudança na rota conciliadora que Lula imprime ao seu governo. Avanços políticos e sociais não fazem parte da agenda do segundo mandato, e não é plausível acreditar que irão acontecer até o final de 2010. Pelo contrário, o exercício diário da conciliação com velhos caciques e oligarquias, é um sinal claro em sentido contrário.
O resultado político de programas sociais – a exemplo do bolsa-família e o ProUni - foi o enfraquecimento de velhos mecanismos de dominação. Os programas de redistribuição de renda do governo interferiram na antiga relação entre a entrega do recurso público a seu beneficiário intermediada por um político regional. Esses programas tiveram um papel importante para a redução do poder de oligarquias históricas como a da família Sarney e o clã dos ACM, que foram derrotados eleitoralmente em seus respectivos estados.
Contudo, o sentido conciliador (conservador) do governo vem anulando esses avanços. Ao conceder espaço a personagens políticos como José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer – especialistas em arrendamento de deputados e senadores -, o governo Lula reproduz a velha lógica política do país, reforçando o poder dessas lideranças regionais e seu poder oligárquico. Ao mesmo tempo, o governo vem cedendo espaço a setores conservadores como o representado pelo o Sr. Gilmar Mendes (vide entrevista com Dalmo Dallari publicada neste blog em 28 de abril), legitimando um papel político a personagens sem nenhuma representatividade, além da outorgada pelos meios de comunicação dominantes. Ou seja, a legitimação popular conferida ao governo Lula, conquistada pelas políticas redistributivas e medidas de incentivo ao crescimento econômico, não foram suficientes para encorajar o governo a enfrentar os velhos donos do poder. Pelo contrário, o caminho escolhido foi o da conciliação, compensando as velhas oligarquias e lideranças regionais com amplo espaço no governo. Ao final, o governo Lula poderá declarar, como o personagem de Machado de Assis, “... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos”.
O resultado político de programas sociais – a exemplo do bolsa-família e o ProUni - foi o enfraquecimento de velhos mecanismos de dominação. Os programas de redistribuição de renda do governo interferiram na antiga relação entre a entrega do recurso público a seu beneficiário intermediada por um político regional. Esses programas tiveram um papel importante para a redução do poder de oligarquias históricas como a da família Sarney e o clã dos ACM, que foram derrotados eleitoralmente em seus respectivos estados.
Contudo, o sentido conciliador (conservador) do governo vem anulando esses avanços. Ao conceder espaço a personagens políticos como José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer – especialistas em arrendamento de deputados e senadores -, o governo Lula reproduz a velha lógica política do país, reforçando o poder dessas lideranças regionais e seu poder oligárquico. Ao mesmo tempo, o governo vem cedendo espaço a setores conservadores como o representado pelo o Sr. Gilmar Mendes (vide entrevista com Dalmo Dallari publicada neste blog em 28 de abril), legitimando um papel político a personagens sem nenhuma representatividade, além da outorgada pelos meios de comunicação dominantes. Ou seja, a legitimação popular conferida ao governo Lula, conquistada pelas políticas redistributivas e medidas de incentivo ao crescimento econômico, não foram suficientes para encorajar o governo a enfrentar os velhos donos do poder. Pelo contrário, o caminho escolhido foi o da conciliação, compensando as velhas oligarquias e lideranças regionais com amplo espaço no governo. Ao final, o governo Lula poderá declarar, como o personagem de Machado de Assis, “... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos”.
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