Hoje a colunista política do principal diário do grupo monopolista midiático do RS não conseguiu esconder seu desejo incontrolável de manipular a opinião pública via factóides moralistas. Destaca a jornalista política "O eleitor que anda indignado com a farra das passagens tem motivos para dirigir parte da sua ira ao presidente da República".
Isso mesmo, para o grupo monopolista, o eleitor consciente tem motivos e obrigação de se revoltar contra o presidente Lula. Agora vai, agora vamos conseguir derrubar a popularidade do governo e reinstalar a ordem natural no país, imagina o grupo de comunicação.
O tema é exemplar de como a falta de democratização dos meios de comunicação do nosso país propicia a manipulação da opinião pública.
O parlamento brasileiro desde sempre utilizou as quotas de passagens dos mandatos de forma pouco criterioso, fato que há muito já deveria ter sido objeto divulgação e regramento. Nada justifica a utilização de passagens pagas pelo povo para viagens de turismo ou para atender a interesses privados. Todavia, num país continental como o Brasil, pretender que parlamentares não possuam recursos para custear passagens para o exercício do mandato é desejar interditar a democracia em prol do poder econômico, o qual possui fartos recursos para custear ações de seu interesse. Como poderia um deputado conhecer uma experiência exitosa em outro estado ou convidar uma liderança sindical ou comunitária para realização de um debate pertinente ao mandato. Certamente, um representante da bancada do agronegócio ou do setor empresarial não terá nenhuma dificuldade para tanto. Para esses setores o exercício do mandato parlamentar poderia até não ser remunerado. Talvez essa seja a próxima proposta da mídia monopolista. Assim, poderá afastar de vez da política o populacho e os seus indesejados representantes.
Por sinal, o excessivamente conciliador e moderado presidente Lula, corajosamente, ousou discordar dos "consensos midiáticos" e enfrenta-los, afirmando que devemos discutir os temas verdadeiramente importantes para o país. Temas que, via de regra, são menosprezados pela mídia. Foi a senha para o contra-ataque moralista e manipulador.
Moralismo que, ontem, não se manifestou ao noticiar que um ex-governador do RS, vendedor do patrimônio público, seria executivo de outra empresa surgida da privataria. Esses ganhos pessoais com a mistura entre o público e o privado não incomodam o monopólio midiático.
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