quarta-feira, 6 de maio de 2009

Efeitos da Privataria: Banda Larga com serviços caros e ineficientes

Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo online - http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u559342.shtml - embora o Brasil esteja entre os dez países com maior número de usuários de banda larga no mundo, se paga alto pela web, em comparação com outros países. Estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) coloca o país em 77º lugar entre 154 países avaliados segundo o desenvolvimento em telecomunicações. Comparando com a renda per capita média do brasileiro, ter internet banda larga em casa representa quase 10% do salário médio nacional. Nos EUA, o comprometimento da renda não passa de 0,7%. Em números absolutos, um plano mensal de 1 Mbps, na cidade de São Paulo, custa entre R$ 50 e R$ 70, o que equivale a cerca de US$ 23 a US$ 32. Nos EUA, esse mesmo plano de acesso custa em torno de US$ 16. Em alguns países asiáticos, o preço chega a ser apenas o equivalente a US$ 3,80.
Mas o pior é que o serviço deixa muito a desejar, segundo o presidente da Abusar (Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido), Horácio Belfort: "Uma das piores coisas da internet de banda larga é que as operadoras fazem propaganda de um serviço que oferece, por exemplo, 2 Mbps, mas eles só entregam 1 Mbps ou até menos."
O que as próprias operadoras admitem, pois há uma cláusula do contrato de serviço em que se comprometem a entregar pelo menos 10% da velocidade contratada.
Segundo Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, isso não é irregular. "A internet funciona como um varal: se apenas você pendura uma camisa, ele continua firme; se um monte de gente resolve pendurar roupas, é claro que ele vai ficar meio caído", compara Getschko.
Belfort afirma também que há operadoras que fecham portas TCP/IP para impedir o uso de certos programas. "Quando reclamamos ou levamos isso até os órgãos de defesa do consumidor, tudo se acerta e não conseguimos provar esse abuso", diz ele.
E os investimentos prometidos pela privataria? E a eficiência? E a redução de preços promovida pela "mão invisível e a concorrência"?
A privataria retirou do controle público um setor estratégico para o desenvolvimento do país, com enorme negociatas ainda não totalmente reveladas, e criou um imenso e ineficiente oligopólio privado com pouquíssima regulação e controle. Bom apenas para os controladores, a maioria estrangeiros, obterem lucros absurdos.

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