quarta-feira, 20 de maio de 2009

Criação da SADIGÃO. A quem serve mais esse monopólio?

Concorrentes históricas, as empresas Sadia e Perdigão fecharam acordo e juntas formam agora a Brasil Foods, uma empresa que projeta um faturamento de R$ 22 bilhões. O anúncio de fusão foi confirmado na manhã desta terça-feira (19). As negociações entre as duas empresas se estendiam desde o ano de 2006, momento em que a Perdigão recusou a proposta de compra feita pela Sadia. A Brasil Foods ocupa agora o posto de maior empresa de alimentos industrializados do Brasil e a 10ª das Américas.

Para os trabalhadores, fica a incerteza em relação aos empregos. Cairo Fernando Heinardt , presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação do Rio Grande do Sul, (FTIA-RS), compara a Brasil Foods com a criação da megaempresa cervejeira Ambev, resultante da fusão entre Antarctica e Brahma.

“A tradição das fusões, tanto do setor financeiro quanto do setor produtivo tem nos mostrado isso. Com a AMBEV, a gente sabe, ela fechou todas as suas unidades em Estrela (RS). Eles transferiram a produção, pegaram dinheiro público para investir em tecnologia e demitiram trabalhadores. Nós perdemos centenas de postos de trabalhos naquela fusão na AMBEV. No caso da Brasil Foods, os próprios produtores que criam frango vão estar nas mãos de uma grande empresa. Não temos mais a concorrência. Agora temos um grupo só”, enfatiza.

Por outro lado, Cairo destaca a condição insalubre de trabalho que este setor empregatício gera. Os trabalhos repetitivos, especialmente nos abatedouros, têm debilitado as condições de saúde dos trabalhadores.
“A cada dia que passa essas empresas do setor avícola tem gerado um número enorme de trabalhadores com lesão por esforço repetitivo e pelo ritmo de trabalho que são desenvolvidos nessas empresas. Diante disso nos queremos um compromisso e queremos que o governo não só de dinheiro para que essas empresas façam a fusão de capital, e os trabalhadores fiquem sem nem um tipo de garantia. Essa é a nossa grande preocupação”, diz.

Mesmo que os dirigentes da Brasil Foods não tenham mencionado algum financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Cairo enfatiza que a possibilidade existe, tendo em vista os problemas financeiros da Sadia, que, no fim de março, apresentava uma dívida total de R$ 8 bilhões. A nova sede da megaempresa será na cidade de Itajaí, Santa Catarina.
As informações são da Agência de Notícias Chasque.

Nenhum comentário:

Seguidores

Direito de Resposta do Brizola na Globo