Essa semana foi noticiado que a Procuradoria da República solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar as responsabilidades pelas 740 toneladas de lixo que cruzaram o oceano e chegaram no Porto de Rio Grande. São 40 contêineres contendo lixo industrial, tóxico e domiciliar que estão retidos e isolados no pátio do porto rio-grandino.Esse fato desnuda uma faceta cruel do sistema capitalista: a insustentabilidade. Como explicar para um habitante da terra da era pré-industrial ou para um alienígena que a exportação de lixo possa ser uma atividade lucrativa? Como explicar que o ser humano possa trabalhar incansavelmente para esgotar os recursos naturais do planeta e obter cada vez mais lixo?
A chave para compreender essas e outras perguntas está na irracionalidade social do sistema capitalista. Todo o sistema é orientado pelo interesse individual, pautado em cálculos de curto prazo, leia-se lucro. A estrutura desse sistema incentiva a obtenção de lucro sem qualquer preocupação com os impactos sobre o futuro. Pouco importa quanta poluição ou quanto será necessário para recompor os estragos ambientais que minha atividade econômica produz, desde que ela seja lucrativa no momento. O futuro não importa. Não há quem pense o longo prazo , quem planeje com base no interesse público ou social. Sob a lógica do "eu quero o meu e quero agora" a humanidade não terá nenhum futuro. E, a seguir como está, isso será realidade muito mais breve do que pensamos.
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