quarta-feira, 22 de julho de 2009

Conversa de compadre


Estava me deslocando de carro e liguei o rádio. Por acaso sintonizei um conhecido programa de rádio de uma das emissoras do grupo oligopolista regional das comunicações.
Grupo empresarial, por sinal, promotor, mentor e aliado da "progenitora-mor do Estado" (expressão cunhada em escuta telefônica que integra uma das muitas denúncias contra o governo tucano do RS).
Logo de início foi anunciada uma entrevista com o chefe de gabinete da nossa "progenitora-mor", alvo de denúncias originadas no seio do próprio governo Yeda.
Fiquei interessado, pensei que a entrevista poderia contribuir para superar uma das tantas indagações que envolvem o caso. Atento a cada pergunta, espero em vão algum questionamento provocativo do apresentador ao entrevistado.
A entrevista é conduzida cuidadosamente pelo controlado apresentador, com o nítido objetivo de permitir ao denunciado expor sua versão dos fatos sem nenhum sobressalto. A pergunta de encerramento não poderia ser mais amistosa: "O senhor atribui a quê essas denúncias que buscam prejudica-lo?"
Verdadeira conversa de compadre que deixa clara e transparente a cumplicidade desse grupo midiático com o desastrado governo tucano.

7 comentários:

Noiram disse...

E o pior de tudo é que, depois de escutar uma entrevista como esta, o povo pensa estar bem informado e por dentro de tudo que se passa pelos meandros do governo, acabando por apoiar esses tipos de falcatruas.

"O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância... é a ilusão do conhecimento." - Stephen Hawking

Carlos Eduardo da Maia disse...

A ilusão do conhecimento, como disse o grande Hawking, vale para todos os lados, inclusive para aqueles que acreditam na religião da ideologia, os crentes da militância.

Noiram disse...

O jornalismo de opinião pressiona os órgão, entidades e corporações a anunciarem em suas mídias. É assim que a RBS sobrevive, do anúncio do governo do Estado, Banrisul, Gerdau, GM, etc; e é o que garante que ela não fale mal deles em suas publicações.
Os jornalistas não são alienados, eles sabem exatamente o que se passa nos intestinos do governo, mas acabam por não repassar a informação para não perder o anúncio.
Podemos até nos iludirmos com alguma informação, mas aposto que a grande parte é pura realidade.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O interessante é que todas as fontes de escândalos que ocorreram no governo da Yeda foram da grande mídia. As gravações da picaretagem do Detran foi a ZH que divulgou. A ZH colocou a foto do presidente do Detran sendo preso e algemado. E achei ótimo. Tem que ser assim mesmo. A Veja também fez matéria sobre a casa da Yeda e assim vai. Prefiro mil vezes uma mídia comprometida com os interesses econômicos o que a torna mais difusa, mais diversificada e mais livre, do que um sistema em que é a mídia é totalmente monitorada e censurada pelo interesse politico do partido ou da religião ideológica de plantão, como ocorre com a Venezuela bolivariana.

Noiram disse...

Tapam o sol com a peneira até não puderem mais, aí fazem uma matéria defensiva e protecionista.
É só comparar estas manchetes com as da época do Olívio.

Na Venezuela a imprensa é muito mais cara-dura ainda e o Chavez bate de frente, com toda a razão.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Bater de frente não é problema, Noiram, o problema é a censura que ele faz e o espaço que ele tem na mídia oficial. Já pensou se a Yeda tomasse conta da TVE e fizesse um programa semanal de 5 horas?

Noiram disse...

Aí tu tá te contradizendo. Noutro post disse que a mídia não hipnotiza e agora tá assumindo que ela manipula.
Este direito é constitucionalmente concedido. Se há abuso, tem mais que censurar. Certo faz Chavez. Se a imprensa assim não fizesse, ele não teria este espaço e é por isto que Yeda acha necessário não o ter.

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